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Aécio nega que haja tentativa de golpe no Brasil

31 de março de 2016

Em Lisboa, senador afirma que processo de afastamento de Dilma segue trâmite jurídico pré-definido e está legitimado. PSDB não quer cargos em eventual governo Temer, garante.

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Foto: Reuters/P. Whitaker

O senador Aécio Neves negou nesta quinta-feira (31/03), em Lisboa, que haja uma tentativa de golpe no Brasil, como alega o governo, argumentando que esse seria o único caso do mundo em que tal ato teria aprovação judicial.

"Seria o único caso na história da humanidade em que um golpe é dado com aval do Supremo Tribunal Federal e a participação ampla de todo o parlamento e de todas as forças políticas eleitas no parlamento", disse Aécio, que é também presidente do PSDB.

Segundo ele, a defesa da presidente é frágil e os argumentos para enfrentar as acusações que lhe são feitas são muito pouco expressivos. "Votação do Tribunal de Contas de União foi unânime pela comprovação de crimes de responsabilidade. Só resta ao governo esta radicalização", afirmou.

O senador disse que a politização do debate e a guerra política "promovida pelo PT" fragilizam ainda mais o governo, num momento de decisão. "Seria mais adequado, seria mais respeitoso à própria democracia que o governo gastasse ou concentrasse as suas energias na defesa das acusações", sublinhou.

Aécio declarou que o processo de destituição da presidente Dilma Rousseff segue o trâmite jurídico pré-estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), considerando que assim o processo está legitimado. "Agora cabe à presidente da República defender-se das acusações que lhe são feitas", disse.

Segundo o senador, o PSDB quer apresentar uma agenda com cinco ou seis pontos "essenciais para a transição", incluindo a reforma política. "Se o impeachment for aprovado, o PSDB não se negará a constituir um grupo que possa, no parlamento e junto da sociedade, aprovar essa agenda."

"Nós colocaremos essa agenda, se for aprovado o impeachment, à disposição do vice-presidente da República, sem interesse em ocupar ou indicar cargos", sublinhou. Não temos interesse em participar formalmente num governo que não seja o nosso, eleito pelo voto popular", garantiu, referindo-se a um governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer.

Aécio também defendeu em Lisboa a realização de um referendo, a partir de 2018, para que os brasileiros se pronunciem sobre uma possível troca de regime no país, do presidencialismo para o parlamentarismo.

O líder do PSDB está em Lisboa para participar do 4º Seminário Luso-Brasileiro de Direito, promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (EDB/IDP) e a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), que se iniciou terça-feira e termina nesta quinta.

AS/lusa/efe