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A ciranda dos sistemas de saúde

Ali Akinci / sv5 de agosto de 2003

A reforma do sistema de saúde alemão está praticamente definida. Mudanças sensíveis estão por vir. Uma comparação com os vizinhos europeus mostra que a Alemanha está entre os países que mais gastam com o setor.

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Ficar doente vai se tornar cada vez mais caroFoto: Bilderbox

Ter um plano de saúde na Alemanha é obrigatório para os cidadãos que dispõem de renda até um determinado teto estipulado pelo governo. Existem no país diferentes seguradoras públicas, capazes de se auto gerir e que disputam as parcelas do mercado. Cada um dos planos públicos de saúde oferece ao assegurado um nível de cobertura específico, mas que acaba se assemelhando, considerando que todos são obrigados a respeitar o catálogo de "coberturas obrigatórias" determinado pelo governo. Os custos dos planos são divididos igualmente entre o empregador e empregado.

Via de regra, o cidadão pode escolher livremente os médicos e os hospitais que procura. Aqueles que têm uma renda acima do limite estipulado pelo governo - hoje 3375 euros mensais - podem optar por um plano de saúde privado. O mesmo vale para autônomos e funcionários públicos. Neste caso, o leque de coberturas e os custos mensais com o plano podem variar bastante. A Alemanha ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de gastos públicos com a saúde.

Holanda

Nos Países Baixos, os pacientes são obrigados - exceto em casos de emergência - a procurar um "médico de família", que pode ser escolhido livremente. Este clínico geral é quem decide se há necessidade de tratamento com algum especialista ou se o paciente deverá ser enviado a um hospital. A escolha do especialista ou da clínica pode ficar então a cargo do paciente.

É interessante observar que, na Holanda, apenas seis por cento do contingente de doentes são enviados a um especialista. Os "médicos de família" são geralmente muito bem qualificados, sendo obrigados pelo Estado a absolverem com freqüência cursos de aperfeiçoamento. Os custos com planos de saúde no país perfazem 10,25% dos salários, o que significa quase 30% menos do que o assegurado alemão é obrigado a gastar.

França

O sistema de saúde francês foi considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o melhor do mundo. Aqui, o Estado exerce um papel central, ao controlar as relações entre as diversas instituições financeiras, os médicos e os pacientes. Desde 1996, o Parlamento decide sobre o montante de verbas a ser destinado às seguradoras públicas de saúde, às quais estão ligados mais de 60% dos franceses. O restante da população possui planos de saúde especiais, com diferentes tabelas de custos e coberturas.

Na França, há liberdade total de escolha para o paciente. Quem fica doente, pode decidir se procura um clínico geral ou se vai direto a um especialista. Alguns gastos por parte do assegurado, como o pagamento adicional pelos medicamentos, são muito altos: em muitos casos, o paciente arca com até 70% destes custos. Por outro lado, as contribuições para o plano público de saúde são pagas praticamente pelo empregador. Os empregados são obrigados a destinar apenas 0,75% de seus salários às seguradoras.

Reino Unido

O sistema britânico de saúde é estatal, sendo financiado pelas contribuições dos assegurados. No país não existem caixas independentes a serem escolhidas livremente pelos cidadãos. Para o paciente, os resultados são sensivelmente piores que em outros países europeus: no Reino Unido, espera-se, via de regra, cerca de 18 meses por uma operação. Por isso, o país envia pacientes até mesmo para a França ou Alemanha para tratamento.

Aos idosos, são muitas vezes negadas formas de assistência extremamente essenciais. Um exemplo: pessoas acima de 60 anos não podem mais receber próteses para articulação coxo-femural. Só se consegue cobertura para tal pagando por um seguro privado adicional, que permite o tratamento em uma clínica particular cara. As contribuições para os planos públicos de saúde no país giram em torno de peno menos 10% da renda mensal.

Suíça

O número de médicos por cidadão é no país o mais alto do mundo (perfazendo um total de 14 mil profissionais). A qualidade dos serviços é apontada como uma das melhores do mundo. Desde 1996, todo cidadão que vive na Suíça é obrigado a ter um plano de saúde, que pode ser escolhido livremente entre as mais de cem seguradoras do país. Estas respeitam uma legislação relativamente liberal - se comparada a outros países europeus - e são fiscalizadas por um departamento federal. Aos cidadãos são oferecidos diversos tipos de planos de saúde, entre eles alguns modelos que incluem um sistema de bônus. Os prêmios dependem, no caso, da renda do paciente. Todo cidadão suíço é obrigado a pagar do próprio bolso parte dos custos de suas visitas ao médico.