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A grandiosa pista de Xangai

Marion Andrea Strüssmann25 de setembro de 2004

A primeira corrida de F1 no circuito de Xangai está sendo aguardada com muita expectativa. Todos querem saber como os pilotos irão superar a "boa" e a "má" curva, projetadas pelo arquiteto alemão Hermann Tilke.

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Ralf Schumacher testa o circuito chinêsFoto: dpa

O GP da China promete muitas emoções aos fãs do automobilismo. A principal atração da corrida deste domingo (26/9) é o Circuito Internacional de Xangai, uma obra surpreendente e bastante ousada. Vista na planta, a pista possui 14 curvas com destaque para um traço vertical, uma pequena linha transversal para cima, seguida de um grande traço inclinado para baixo.

Galerie Tilke Schanghai Architektur
Vista aérea do circuito de XangaiFoto: Tilke

Este formato reproduz o ideograma chinês Xan, que significa "grandioso", "esplêndido", "em cima" . Xan é também a primeira sílaba do nome da capital chinesa, Xangai, que significa " sobre o mar" em mandarim.

O projeto arquitetônico foi idealizado e executado sob a supervisão do engenheiro Hermann Tilke, 49 anos, um alemão que entende bem do assunto. Ele já esteve envolvido em mais de 30 projetos de pistas de corrida pelo mundo, além de construir e renovar avenidas, ruas e rodovias. Mas é no automobilismo que Hermann sente especial prazer.

Os suntuosos circuitos de Sakhir, no Oriente Médio, e o de Sepang, na Malásia, apenas para citar dois exemplos, foram criações do considerado "rei das pistas", que nas poucas horas vagas gosta de curtir seu hobby: pilotar carros de corrida.

Desafios e elogios

Edificar o circuito de Xangai não foi tarefa fácil. O terreno pantanoso foi o primeiro desafio. Para transformar o local em um espaço seguro e estável, era preciso antes de mais nada pensar em um bom fundamento. A solução foi usar 40 mil blocos de cimento intercalados com isopor. Só esta operação demorou cerca de um ano e meio. Hoje a pista conta com pequenas elevações e a inclinação necessária para a segurança nas curvas.

Galerie Tilke Schanghai Architektur
Foto do autódromo de XangaiFoto: Tilke

Com 5,45 quilômetros de extensão, a pista de Xangai possui uma iluminação invejável que permite boa visibilidade noturna de qualquer um dos 200 mil lugares disponíveis. Com um custo de 240 milhões de dólares, o circuito é o mais novo orgulho chinês e já foi, inclusive, aprovado pelas escuderias e pilotos.

"Curvas rápidas, passagens mais lentas, excelentes boxes, idéias malucas – Tilke fez uma grande jogada", elogiou Ralf Schumacher, que volta a correr neste domingo depois de ficar afastado três meses por causa de seu acidente no GP de Indianápolis.

Como uma composição

Qual o segredo do sucesso das obras de Tilke? O circuito "é como uma composição. O que vale é o conjunto e não apenas um ou outro detalhe", revelou o arquiteto. No caso de Xangai, a pista conta com duas importantes curvas, as chamadas "boa" e "má". Na primeira, o piloto consegue correr sem problemas. Na segunda, a situação é completamente oposta. "Ela é tão difícil que mesmo Michael Schumacher ainda não sabe como dirigir nela".

Sonho nas alturas

Architekt Hermann Tilke
Arquiteto Hermann TilkeFoto: dpa

Tilke, que começou a se especializar em pistas de corrida por acaso, quando, há mais de 20 anos, foi fazer uma medição de uma saída de emergência no circuito de Nürburgring, está envolvido em outro megaprojeto. Trata-se do circuito de Istambul, na Turquia, que será incluído na temporada 2005 de F1.

Apesar de já ter participado de tantos projetos importantes, Tilke ainda tem sonhos. Ele gostaria de fazer um autódromo nos Alpes ."Isso seria realmente algo extremo", acredita o engenheiro alemão.