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A vida começa aos 50

(am)

A geração de meia idade tem alto poder aquisitivo. A indústria e o comércio cobiçam os consumidores do grupo 50+. Uma cadeia de supermercados está testando filiais destinadas aos mais velhos.

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Supermercado preparado para as gerações mais velhasFoto: BilderBox

Em novembro de 2003, a mulher mais velha do mundo faleceu em Hiroshima com a idade de 114 anos. O Japão é o país onde as pessoas vivem mais tempo: uma média de quase 82 anos. Mas também em outros países industrializados a expectativa de vida é grande, por volta de 80 anos.

Na Alemanha, por exemplo, ela é de cerca de 79 anos, de acordo com as recentes estatísticas da Organização Mundial da Saúde. A isso soma-se ainda outro fator importante na evolução demográfica alemã: o déficit de nascimentos. A sociedade alemã envelhece a olhos vistos.

Esse quadro não desperta a atenção apenas de sociólogos, estudiosos de demografia ou políticos preocupados com o sistema previdenciário. Também a publicidade e o comércio estão se dedicando cada vez mais em observar e atender os anseios das gerações maduras, chamadas de 50+. Hoje, as modelos na propaganda comercial nem sempre são muito jovens e a mídia dedica cada vez mais produtos aos consumidores de meia idade.

Consumo refinado

O interesse pela geração 50+ decorre de dois fatores: por um lado, a proporção das pessoas de meia idade na população do país aumenta a cada dia. E, além disso, as pessoas com mais de 50 anos de idade são as que têm maior poder aquisitivo e disposição de consumir produtos caros e de alta qualidade. Ou seja, um excelente mercado potencial para qualquer produto que atenda os anseios desse grupo.

É nessa fase da vida que as pessoas passam a dar maior importância à decoração interna das suas moradias, à degustação de iguarias e bebidas finas, às viagens de longa distância, ao lazer de maneira geral. E se mostram dispostas a gastar com isso. E com outros artigos de luxo. Na Alemanha, a idade média dos donos de Porsche, por exemplo, é de 57 anos.

Preparando o futuro

Foi pensando no futuro desse exigente grupo de consumidores que a rede alemã de supermercados Edeka decidiu fazer um experimento: equipar duas filiais de forma a oferecer maior segurança e facilidade de compra aos "jovens" acima de 60 anos de idade. Afinal, os requintados hábitos de consumo ficarão preservados mesmo quando os atuais representantes da geração 50+ já tiverem dificuldade de locomover-se ou de ler as etiquetas dos produtos.

O teste está sendo feito pela cadeia Adek, a subsidiária austríaca dos supermercados Edeka. Foram escolhidas duas filiais no sul da capital Viena. E isto não foi um mero acaso, segundo o gerente da rede, Klaus Mitterböck: "Importante é o fato de um terço dos austríacos ter idade superior a 50 anos. Consultamos cerca de 450 representantes desse grupo etário sobre o que esperam de um supermercado. Queremos criar aqui uma agradável atmosfera de compras, para que se sintam seguros e tenham confiança no que lhes oferecemos".

Atmosfera especial

A atmosfera especial dos dois supermercados inclui, entre outras coisas, o atendimento através de pessoal da mesma faixa etária. Além de etiquetas com letras maiores nas prateleiras e lupas para a leitura das letras pequenas nos rótulos dos produtos. Diretamente na entrada da filial, existe um banco para descansar e um aparelho para medir a pressão sangüínea. Os carrinhos de compras dispõem de freios, para que não rolem por descuido, além de uma alça para pendurar bengalas. Os corredores são amplos e com um piso não escorregadio.

O quadro demográfico e sociológico na Áustria é praticamente idêntico ao da Alemanha. A experiência, caso obtenha êxito, poderá ser estendida rapidamente a outros supermercados austríacos e alemães.