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Acidente em usina nuclear ocultado por mais de dois meses

(ns)2 de março de 2002

A revista Der Spiegel revelou negligência da companhia HEW, de Hamburgo, em reagir à explosão de um encanamento numa termonuclear. Fatores econômicos teriam pesado mais do que a segurança.

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Provavelmente por motivos financeiros, a operadora da usina nuclear de Brunsbüttel, no norte da Alemanha, minimizou as proporções de um acidente ocorrido em 14 de dezembro de 2001. Segundo o semanário Der Spiegel, após a explosão de um encanamento, a direção da usina aconselhara o desligamento imediato dos reatores. Entretanto, a Hamburger Electrizitätswerke (HEW) teria ignorado a sugestão, pois do contrário ficaria obrigada a fornecer energia proveniente do mercado livre, tendo que arcar com custos que o semanário calculou em até 80 milhões de euros.

Segundo uma análise interna do ocorrido, durante quatro minutos 260 litros de água levemente radioativa vazaram por uma fissura no sistema de refrigeração. A geradora de eletricidade refutou por escrito todas as acusações, acentuando que, em decisões de segurança, a diretoria da central nuclear tem plena autonomia perante a gerência e a presidência da HEW.

O acidente só veio à tona na última quarta-feira, 27 de fevereiro, fato que suscitou críticas do governo estadual de Schleswig-Holstein: "Não há dúvida de que o senso de segurança da HEW deixa a desejar", declarou o secretário de Energia, Wilfried Voigt. A HEW rebate, afirmando que segurança é a lei máxima em Brunsbüttel. Longe de tentar minimizar os riscos, a empresa apenas os teria avaliado da forma mais objetiva: "Não operamos ao sabor de impressões ou de nosso gosto", ressaltou um porta-voz.