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Acordo em Bonn sobre governo provisório afegão

Estelina Farias1 de dezembro de 2001

Delegações afegãs concordam com a formação de um governo provisório de 20 ministros no Afeganistão. O ex-rei Sahir Shah deverá ser o novo presidente.

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Burhanudin Rabbani estaria disposto a deixar a Presidência em CabulFoto: AP

A conferência sobre a reestruturação política do Afeganistão entrou em sua fase decisiva hoje, em Bonn, e poderá ser encerrada ainda neste domingo com um acordo. Depois de pressões maciças da UNO, Estados Unidos e Alemanha, a Aliança do Norte, que ocupa o poder em Cabul, adotou uma conduta mais flexível e possibilitou um acordo entre as quatro delegações afegãs sobre a formação de um governo conjunto de transição, com cerca de 20 membros.

As quatro delegações desistiram, por enquanto, da formação do parlamento provisório, inicialmente planejado para ter de 120 a 200 membros.

As negociações prosseguem agora sobre a distribuição dos postos da administração interina e a composição de uma tropa militar internacional para assegurar a paz no país destruído pela guerra civil de décadas, secas e, por último, pelos bombardeios americanos e britânicos.

Os detalhes sobre a tropa de paz ainda estão sendo discutidos no palácio Petersberg, mas já existe um consenso de que ela é necessária, principalmente na capital Cabul. Cinco países já se ofereceram para colocar soldados a disposição.

A ONU, EUA e Alemanha pressionaram principalmente Rabbani, o homem forte da Aliança do Norte em Cabul, para acabar com sua resistência à formação de um governo provisório. O ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, telefonou para o seu colega russo em Moscou, Igor Ivanov, e pediu que ele mediasse junto a Rabbani.

Na capital afegã, o ministro das Relações Exteriores da Aliança do Norte, Abdullah Abdullah, disse que Rabbani não tem de permanecer, impreterivelmente, na Presidência. Membros da delegação da Aliança do Norte na conferência em Bonn confirmaram que o líder estaria disposto a deixar o cargo.

No quinto dia da conferência, os 38 delegados, entre eles três mulheres afegãs, estão se concentrando agora na discussão sobre a distribuição dos cerca de 20 postos no gabinete que deverá assumir ainda neste mês de dezembro. A ONU urge para que seja feita uma lista com os nomes que devem ocupar cada Ministério. O ex-rei afegão exilado em Roma, Sahir Shah, continua sendo visto como uma figura de integração e provável chefe do governo provisório.