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Afegãos negociam nomes para governo provisório

Estelina Farias2 de dezembro de 2001

Acordo de paz definitivo entre as quatro delegações afegãs, que negociam em Bonn, pode sair nesta segunda-feira, após um consenso sobre a composição do gabinete de transição.

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Participantes se esforçam para encerrar logo conferência sobre reestruturação política do AfeganistãoFoto: ap

A conferência sobre o futuro político do Afeganistão, que se realiza em Bonn, está concentrada agora na composição do planejado governo de transição, que deverá durar seis meses. Só depois da indicação dos membros da administração provisória é possível um acordo abrangente e definitivo entre as quatro delegações afegãs, no palácio Petersberg, esclareceu neste domingo o porta-voz da ONU, Ahmed Fausi. Os participantes estão se esforçando para encerrar a conferência nesta segunda-feira, segundo Fausi.

Segundo fontes diplomáticas, o líder da etnia pachtun, Hamid Karsai, é o possível presidente interino. Ele está participando da luta contra os talibãs em Kandahar, e tem o apoio dos Estados Unidos. A Aliança do Norte, que agora ocupa o poder em Cabul, esclareceu que o seu líder Burhanudin não tem de permanecer, impreterivelmente, na Presidência.

O embaixador especial da ONU, Lakhdar Brahimi, apresentou, na manhã de hoje, um projeto sobre estruturas e prazos para uma reforma política no Afeganistão, depois do regime radical islâmico talibã. Ele prevê um governo provisório de 25 a 28 membros. Paralelamente, uma comissão independente deve organizar a primeira Loya Jirga, a assembléia tradicional de chefes de tribos, para começar a funcionar no início de 2002. Brahimi sugeriu também a criação de uma Corte Suprema, cujos juízes poderiam atuar mais de seis meses.

O processo de transição deve durar dois anos, conforme os planos da ONU. O porta-voz Fausi espera anunciar ainda hoje uma reação das quatro delegações afegãs sobre as propostas apresentadas pela ONU. É também provável que a declaração final só saia amanhã. A conferência deve ainda decidir sobre o envio de uma tropa multinacional, com mandato da ONU, para garantir a paz no Afeganistão.

Bombardeios – Enquanto prosseguem os combates pelo último bastião da milícia talibã, Kandahar, acumulam as notícias sobre centenas de vítimas civis de bombardeios americanos de alvos atingidos por equívoco. Ainda hoje, a Força Aérea dos Estados Unidos bombardeou o quartel-general das tropas anti-talibãs em Agom e matou oito pessoas. Antes disso, sobreviventes de ataques aéreos em vários lugarejos da região relataram sobre centenas de vítimas civis dos bombardeios americanos e britânicos.