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Agricultores alemães defendem subsídios

(pc)7 de agosto de 2003

A questão dos subsídios agrícolas é um dos principais obstáculos à próxima rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún (México), meados de setembro.

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Gerd Sonnleitner, presidente da Federação dos Agricultores AlemãesFoto: AP

O presidente da poderosa Federação dos Agricultores Alemães (DBV), Gerd Sonnleitner, foi pessoalmente a Washington esclarecer as posições que serão adotadas durante as negociações. Ao contrário dos europeus, os Estados Unidos defendem o fim progressivo das subvenções e a abertura dos mercados dos países industrializados aos produtos agrícolas dos países em desenvolvimento.

A União Européia modificou recentemente a sua rígida política agrícola, adotando pela primeira vez medidas de liberalização do mercado. A UE continuará pagando subsídios agrícolas, mas estes serão desvinculados do volume de produção. Fora isso, a UE reduzirá os mecanismos de proteção às oscilações externas, assim como os incentivos às exportações.

O Brasil é diferente dos países africanos

Todas essas medidas "doeram" no bolso dos agricultores europeus, foi o teor da mensagem que Sonnleitner tentou levar aos Estados Unidos, a fim de pedir a "compreensão" dos seus interlocutores americanos para a manutenção dos privilégios.

Seu principal argumento é que os países europeus importam anualmente 34,2 bilhões de euros dos países em desenvolvimento e só exportam 15,4 bilhões de euros. Enquanto isso, os Estados Unidos importam produtos agrícolas no valor de 20,2 bilhões de euros e exportam 23,8 bilhões de euros.

Segundo Sonnleitner, europeus e americanos concordam em que é preciso haver regras diferenciadas. Nem todos os países em desenvolvimento devem ser colocados no mesmo saco, citando o exemplo Brasil, que se tornou um dos maiores exportadores mundiais de soja, açúcar, frangos e carne de boi e, por isso, não pode receber o mesmo tratamento que os países africanos.

Ou seja, na opinião dos agricultores alemães, as exportações agrícolas brasileiras não podem desfrutar dos privilégios aduaneiros que a União Européia concede a alguns países pobres.

Diferenças entre UE e Estados Unidos

A agricultura tem um importante papel na União Européia. Na Alemanha, por exemplo, ela representa 15% da economia, junto com os setores de alimentação e florestas. Por isso, a abertura do mercado agrícola é um tabu na UE e poderá constituir-se num grande obstáculo ao êxito das negociações da OMC em Cancún.

Os Estados Unidos estão pressionando os europeus com uma série de propostas para liberalizar o mercado mundial. Uma questão difícil é a resistência dos europeus aos alimentos transgênicos. Os agricultores alemães defendem o ponto de vista de que os produtos de engenharia genética devem ser comercializados separadamente.

Outra questão sensível é a proteção aos animais, que é muito importante para os europeus, mas não tem o menor peso na política dos Estados Unidos.