1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Muro

Agências (sv)27 de julho de 2008

Mais de 10% dos berlinenses prefeririam que o Muro ainda existisse. Pesquisa aponta que preconceitos entre moradores dos dois antigos lados tendem a diminuir, mas ainda existem.

https://p.dw.com/p/EkpU
Restos do Muro de Berlim: passagem obrigatória de todo turistaFoto: AP

Segundo o cientista político Oskar Niedermayer, mais de 10% dos moradores das antigas Berlim Ocidental e Oriental gostariam que o Muro ainda dividisse a cidade. A pesquisa, realizada pelo Instituto Forsa para a Universidade Livre de Berlim (Freie Universität Berlin) consultou aproximadamente dois mil moradores da capital alemã e seus arredores.

Niedermayer observa que a mudança mais significativa de atitude em relação à ausência do Muro na cidade pode ser verificada entre a população da então Berlim Oriental: se hoje 12% dos moradores dizem que preferiam a cidade dividida, os "amantes do Muro" eram só 7% em 2004.

Em outras regiões, ao contrário, o sentimento de que a cidade "era melhor com Muro" era mais acentuado há quatro anos, quando enquetes realizadas pelos dois maiores institutos de pesquisa do país apontaram que aproximadamente 20% dos cidadãos tinham saudades dos tempos de Muro.

Preconceitos continuam existindo

Strandbar Oststrand an der Berliner Mauer
Bar 'de praia' com resquícios do Muro ao fundoFoto: AP

Mesmo que em proporções bem menores que nos anos 1990, muitos moradores da parte da cidade que pertencia à ex-Alemanha Oriental (ossis), de regime comunista, continuam mantendo precoceitos contra os então ocidentais (wessis). E vice-versa.

Nos anos que sucederam à queda do Muro, era comum encontrar moradores do leste do país afirmando que o a ex-Alemanha Oriental havia sido "colonizada" pelos ocidentais. Hoje, tais declarações são feitas quase que somente por minorias nos subúrbios ao leste de Berlim. No lado ocidental, por outro lado, continua disseminada a idéia de que os orientais nutrem um excesso de autocompaixão.

Um ponto que une aqueles que lamentam a queda do Muro é a data de nascimento: a maioria nasceu antes de 1973, ou seja, os preconceitos e o saudosismo em relação à cidade dividida está menos presente entre os jovens.

Pavilhão comemorativo

Jahrestag 15. Jahrestag Mauerfall in Berlin
'Pavilhão do Muro' deverá ser construído na Bernauer StrasseFoto: AP

O Muro de Berlim foi derrubado na histórica noite do 9 de novembro de 1989, quando milhares de pessoas puderam, após décadas, cruzar livremente a fronteira entre as duas partes da Alemanha divida. Nos anos que se seguiram, foram demolidas 300 torres de controle e mais de 80 quilômetros de cerca de metal que circundavam a cidade. Mais tarde, foram removidas 160 mil toneladas de concreto.

Devido a uma reclamação constante dos turistas, que se dizem insatisfeitos com o pouco que restou do Muro para ser observado (apenas o Museu Checkpoint Charlie conta a história da barreira de concreto que dividia a cidade), a prefeitura de Berlim resolveu criar um "pavilhão do Muro", a ser inaugurado em 2009, quando da celebração dos 20 anos de queda do mesmo.