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Al Qaeda pode estar envolvida no atentado

rw8 de junho de 2003

Ministro alemão da Defesa e seu colega afegão suspeitam do envolvimento da organização terrorista Al Qaeda no atentado com um carro-bomba que matou quatro alemães e feriu 31 pessoas em Cabul, no sábado.

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Quatro alemães morreram no atentado em CabulFoto: AP

O governo do Afeganistão está investigando o envolvimento da organização terrorista Al Qaeda no atentado ocorrido sábado em Cabul, em que morreram quatro soldados alemães da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), disse o ministro da Defesa alemão. Peter Struck indicou que esta informação lhe foi dada por telefone pelo ministro afegão da Defesa, Mohammed Fahim.

Já o serviço alemão de informações considera possível que o líder pashtu Gulbuddin Hekmatyar esteja por trás do ato terrorista, pois há algum tempo ele teria ameaçado banir do Afeganistão as forças internacionais de paz para assumir o controle do país.

Por outro lado, Peter Struck reiterou que o "horrível atentado" não levará Berlim a retirar os seus soldados do Afeganistão. Este foi o pior ataque contra a ISAF desde o início da missão, em finais de 2001. Agentes da polícia criminal federal (BKA) estão a caminho de Cabul a fim de investigar o atentado, anunciou Struck.

Alemanha já perdeu 14 soldados no Afeganistão

O atentado aconteceu quando os soldados estavam a caminho do aeroporto para regressarem à Alemanha. Sobre as críticas ao fato de viajarem de ônibus e não num veículo blindado, Struck disse que o exército alemão (Bundeswehr) não quer se isolar da população civil. "A confiança não se estabelece quando as pessoas se escondem em veículos blindados", sustentou. Por enquanto, não serão mais usados ônibus para o transporte de soldados em Cabul.

Der deutsche Verteidigungsminister Peter Struck im Gespräch mit Soldaten, Kabul, Afghanistan
Peter Struck em visita às tropas alemãs na capital afegã, em julho de 2002Foto: AP

Struck também confirmou haver ameaças de atentados, mas justificou que é difícil "saber quando são sérias". Um oficial alemão revelou que só não houve mais vítimas fatais porque os soldados usavam coletes de segurança. Além dos quatro soldados mortos, 29 ficaram feridos (sete gravemente) na explosão de um carro-bomba contra o ônibus em que viajavam 33 alemães. O autor do atentado morreu e houve feridos entre a população civil afegã.

A maioria dos alemães feridos foi trazida à Alemanha neste domingo num avião hospital. Quatro continuam hospitalizados na base norte-americana de Bagram (40 quilômetros a norte de Cabul), mas também esses serão transportados em breve para a Alemanha. Os corpos dos soldados mortos serão trasladados na terça-feira.

Até o atentado de sábado, já haviam morrido 10 soldados alemães no Afeganistão, mas as causas foram consideradas acidentais: a explosão de uma mina, de um míssil e de um acidente de helicóptero. Com cerca de 2300 homens, a Alemanha contribui com o maior contingente para a ISAF, que tem um total de 4700 efetivos. Criada pela ONU em finais de 2001, sua missão é ajudar as autoridades afegãs a manter a segurança na capital e arredores após a queda do regime talibã. Atualmente, a Alemanha divide seu comando com a Holanda.

Reação na União Européia

O chefe da diplomacia da União Européia (UE) condenou o "horrível" ataque terrorista de sábado. Javier Solana expressou o seu mais forte repúdio pelo atentado suicida em Cabul. "O ataque foi dirigido contra os esforços da comunidade internacional para levar a paz e a democracia a esse país e aos seus cidadãos, que tanto sofreram durante décadas de regimes totalitários", escreveu Solana numa declaração divulgada em Bruxelas neste domingo.

Ele assegurou ainda que a UE e os Estados membros mantêm o seu compromisso com a construção de um futuro melhor para o Afeganistão e "não permitirão aos terroristas" que façam esse país regressar ao passado.