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Alemães entre estrangeiros expulsos da China

Laís Kalka20 de novembro de 2001

No maior protesto já organizado por estrangeiros na capital chinesa, 35 simpatizantes do Falun Gong foram presos e expulsos do país.

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Manifestante estrangeiro é levado por policiais chineses durante protesto em favor do movimento Falun Gong, em PequimFoto: AP

O governo chinês expulsou do país 35 estrangeiros simpatizantes do movimento espiritual Falun Gong, presos nesta terça-feira, em Pequim, durante manifestação na Praça da Paz Celestial. Os manifestantes de nove países, entre os quais oito alemães, organizaram o maior protesto já realizado por estrangeiros em Pequim. A agência oficial de notícias Xinhua noticiou que eles foram advertidos e intimados a deixar a China num "determinado prazo", não especificado.

Um dos presos, um suíço, contou por celular que eles foram levados ao Garden Airport Hotel, próximo ao aeroporto da capital chinesa, mas a ligação telefônica caiu logo em seguida.

Quatro jornalistas igualmente detidos, entre eles dois correspondentes alemães, foram postos de novo em liberdade depois de algumas horas. Dois deles foram citados em seguida ao Ministério das Relações Exteriores. Jutta Lietsch, que escreve para o Leipziger Volkszeitung e outros jornais alemães, foi advertida, bem como um câmera da CNN. Por estar na praça da Paz Celestial sem permissão oficial para escrever uma reportagem, está proibida de escrever sobre os acontecimentos, sob risco de passar por "dificuldades", relatou Lietsch.

Não há nenhuma notícia sobre o paradeiro de quatro turistas que estavam fotografando a cena e também foram levados pela polícia.

Protesto contra perseguição — Os ativistas organizaram a manifestação em protesto contra as perseguições a que estão sujeitos os membros do movimento espiritual, proibido na China desde julho de 1999. Entre os manifestantes, encontravam-se quatro suíços, cinco suecos, franceses, britânicos, canadenses, americanos e australianos.

Inicialmente, eles se agruparam no centro da praça para tirar fotos como se fossem turistas e desenrolaram em seguida uma faixa amarela com os lemas do movimento, em inglês e chinês: "Verdade, misericórdia e tolerância". Em carta, chamaram a atenção para a morte de seguidores da seita na prisão. Segundo o Falun Gong, são conhecidos 305 casos, enquanto organizações de defesa dos direitos humanos falam de mais de 100.

A polícia, que patrulha constantemente a Praça da Paz Celestial, logo se aproximou e levou os manifestantes em camburões. Apesar do empurra-empurra durante a detenção, os policiais foram menos brutais do que costumam ser ao prenderem chineses que simpatizam com o movimento proibido.