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Alemãs em ação nas Forças Armadas

Alessandra Andrade11 de janeiro de 2002

Um ano após a legalização do serviço militar feminino na Alemanha, as garotas se mostram satisfeitas e prontas para o combate.

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Rudolf Scharping ao lado de duas integrantes das Forças Armadas alemãsFoto: AP

O balanço do primeiro ano de serviço militar feminino na Alemanha não deixa dúvidas: cada vez mais, as mulheres saem detrás das barricadas em direção à linha frontal de ataque. Os números comprovam a movimentação do pelotão feminino das Forças Armadas alemãs (Bundeswehr), pois no início de 2001 este contava com apenas 244 integrantes e, atualmente, é composto por 6721 mulheres. O ministro da Defesa Rudolf Scharping (SPD) considera o balanço positivo, afirmando que os resultados superaram as suas expectativas.

Até janeiro de 2001, o serviço militar era proibido para as mulheres, sendo que estas só podiam prestar assistência médica e fazer parte da banda musical do Exército. O recrutamento de mulheres para o Exército só foi possível com a alteração dessa lei, que proibia "sob qualquer hipótese" o exercício da carreira militar em armas para as mulheres. A partir de então, elas possuem os mesmos direitos e deveres dos homens do Bundeswehr.

Segundo o inspetor-geral das Forças Armadas alemãs Harald Kuyat, as mulheres representam apenas 3,6% da tropa, porém estima-se que em alguns anos esse número chegue a 8%. Os Estados Unidos é o país com a maior participação feminina nas Forças Armadas (14%), seguido pelo Canadá (11,3%) e pela Inglaterra (7,4%).

Ação e Integração –

Para prestar o serviço militar, as alemãs do Bundeswehr acreditam que é preciso ter muita resistência. A integração com os colegas também é um ponto importante para que elas se sintam bem nos quartéis. "As mulheres não devem se diferenciar dos homens", completa a sargento Martina Rath.

As meninas se saem bem não só durante os treinamentos, como também nas horas vagas: "Quando um colega não consegue mais carregar a sua mochila, nós damos uma mãozinha; quando um deles vem com piadas e gracinhas, a gente retruca", comenta a soldado Sandra Auch-Schwelk.

As únicas reclamações ficam por conta dos uniformes: "Os calções para esporte são muito curtos e ficam ainda menores depois de passados, as botas são muito grandes, machucam os pés, os botões estão sempre do lado errado."

Apesar do desconforto, as mulheres das Forças Armadas alemãs não se deixam abater. Quando se fala em medo e morte, a soldado de 17 anos Jennifer Trorlich, que sempre sonhou com a carreira militar, rebate dizendo que "quem decide seguir essa profissão, precisa assumir as conseqüências". Sem medo de ação, 140 mulheres já executam missões militares no exterior, a maior parte nos Bálcãs.

Problemas –

A Alemanha depara-se com o primeiro problema relacionado à presença de mulheres nas Forças Armadas. Na noite de 30 de março, uma jovem de 17 anos foi estuprada por um soldado de 22 anos, em um quartel de Munique. O rapaz manteve a garota trancada em seu quarto por quatro horas. Na opinião de Rudolf Scharping, não há motivos para alarde, pois "estupro não ocorre só especificamente nas Forças Armadas".