Alemanha acabará com baterias para produção de ovos
13 de março de 2002O Parlamento aprovara em outubro de 2001 nova portaria regulamentando a criação de galináceos na Alemanha. De 2007 em diante, elas não mais poderão ser mantidas em gaiolas. Até lá, todos os viveiros existentes deverão ter sido reformados, e a partir de 2012 somente será permitida a criação ou em solo ou em liberdade.
Todas as novas instalações deverão permitir aos animais alimentar-se, beber, descansar, espojar-se e escolher livremente o local de postura, em condições adequadas à espécie. Além disso, deverá considerar-se suas necessidades naturais de movimento. Os padrões estabelecidos pela portaria são superiores aos impostos nas diretrizes da União Européia para criação de galinhas poedeiras. Desta forma, a Alemanha assume posição pioneira na proteção dos animais, afirma o Ministério da Defesa do Consumidor, Alimentação e Agricultura.
Criadores protestam
A Central dos Avicultores e a Associação dos Agricultores Alemães classificaram o decreto como "um bumerangue para a defesa do consumidor". Por um lado, ela careceria de fundamento científico. Mais problemática, a criação livre supostamente exige ministração de mais medicamentos, a fim de manter as galinhas saudáveis. Por outro lado, o produto encarecerá cerca de 25%, advertem ambas as associações. Além disso, o próprio governo admite que, em conseqüência das medidas, a participação dos ovos alemães no mercado deverá reduzir-se a apenas 40% do volume atual.
A ministra da Agricultura, Renate Künast, rebate a argumentação, lembrando que 90% dos consumidores pronunciaram-se a favor da adoção de condições menos cruéis de criação. Atualmente, cerca de 36 milhões de aves são mantidas em regime de bateria, onde cada animal dispõe de uma superfície inferior a uma folha de papel ofício.