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Alemanha: apoio sim, soldados no Iraque não

av29 de junho de 2004

Em seu encontro de cúpula em Istambul, a Otan decidiu sobre ajuda ao novo governo do Iraque no reerguimento do país. Tema também foi a ampliação temporária do contingente no Afeganistão.

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Schroeder, Sezer e De Hoop Scheffer (a partir da esq.) em IstambulFoto: AP

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) encerra nesta terça-feira (29), em Istambul, seu encontro de cúpula. Sob o signo da passagem de poder antecipada no Iraque, os chefes de Estado e governo dos países-membros discutiram sua eventual contribuição para o reerguimento daquele país árabe, que inclui o treinamento das forças de segurança iraquianas.

O embaixador dos Estados Unidos na Otan, Nicholas Burns, defendeu a abertura de uma central de comando em Bagdá. Por sua vez, a Alemanha e a França mostraram-se muito reticentes quanto a um envolvimento direto da aliança no Iraque.

Um representante do governo alemão, que não quis ser identificado, assegurou que seu país está disposto a "ajudar concretamente", participando da formação de forças de segurança, "como já fizemos com a polícia". O treinamento teria entretanto que ocorrer fora do Iraque, pois Berlim não pretende enviar para lá nem tropas, nem oficiais de treinamento.

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, mencionou até a possibilidade de que os treinamentos se realizem na Alemanha, por exemplo em escolas superiores: "Também fazemos isso com outros países, portanto não é problemático". Porém reforçou: "Não haverá soldados alemães no Iraque, e essa será a linha que defendo em Istambul".

O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, sublinhou que sua organização pretende apenas responder aos desejos expressos pelo governo iraquiano, nem mais nem menos. Este é o caso do apoio para a formação de pessoal de segurança.

Sete novatos

Vinte e seis países estão representados em Istambul. Sete novos membros participam pela primeira vez de uma cúpula da Otan: Bulgária, Eslovênia, Eslováquia, Estônia, Letônia, Lituânia e Romênia. Scheffer assegurou que os novatos podem contar com a solidariedade do grupo.

Ele ressaltou a necessidade de uma conexão transatlântica forte: América e Europa têm que manter-se "unidas numa aliança forte". Mas a Otan deve também "construir novas pontes para o Mediterrâneo e o Oriente Médio". O local do encontro, a capital da Turquia, seria um exemplo para essa função de ligação, pois desde sempre tem conectado continentes, culturas e religiões.

Reforço para o Afeganistão

Um outro foco do encontro de dois dias é a ampliação das tropas da Otan no Afeganistão. Atualmente há 6500 soldados da Isaf estacionados naquele país, sendo o contingente alemão o maior, com dois mil homens. A aliança pretende mobilizar mais 3500 homens temporariamente, na forma de um batalhão móvel de intervenção, para acompanhar as eleições de setembro. Além de sua base no norte do país, a Alemanha instalará um segundo comando no Afeganistão, em Feisabad.