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Alemanha aposta numa UE forte na luta antiterror

Estelina Farias12 de dezembro de 2001

Na véspera da cúpula da União Européia, governo alemão exige um fortalecimento da comunidade de 15 países para enfrentar o desafio do terrorismo internacional.

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O Parlamento alemão debateu temas a serem tratados em LaekenFoto: AP

Uma das conseqüências dos atentados de 11 de setembro deve ser um impulso no fortalecimento da União Européia (UE). Esta foi a posição assumida pelo governo e a oposição da Alemanha, no debate do Parlamento em Berlim, nesta quarta-feira. O tema dos debates parlamentares foi a conferência dos chefes de Estado e de governo da UE, no castelo de Laeken em Bruxelas, sexta-feira e sábado próximos. Em sua tradicional declaração de governo na véspera de cada encontro da cúpula européia, o chanceler federal alemão Gerhard Schröder exigiu uma UE mais forte para enfrentar o desafio do terrorismo internacional. O ministro das Relações Exteriores Joschka Fischer destacou que a Europa cresce com as crises, sob pressão, e não por causa de convicções ou tratados.

Em Bruxelas, o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, também exigiu mais veemência dos países membros na aplicação das reformas necessárias para a ampliação da comunidade dos quinze Estados e a garantia de seu funcionamento após o ingresso de países do Leste europeu. Schröder cobrou mais integração, não só na política externa e no livre trânsito de mercadorias e pessoas, mas também uma uniformização das legislações nacionais.

Mandado de prisão

– Nesse contexto, Schröder mostrou-se satisfeito que a Itália tenha resolvido não bloquear mais a introdução do planejado mandado de prisão comum europeu para facilitar a extradição de suspeitos de terrorismo, corrupção, lavagem de dinheiro, violação sexual de menores e outros crimes. O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi desistiu do boicote, depois de fortes pressões dos demais 14 parceiros na UE e de insinuações da imprensa européia, de que estaria defendendo interesses próprios, uma vez que ele próprio está envolvido em vários casos de corrupção em seu país.

Renovação

– Um ano depois do acordo de Nice, destinado a criar as condições para a ampliação e o funcionamento posterior da UE, os líderes do atual clube exclusivo dos ricos europeus ocidentais querem dar um novo impulso para a renovação. A meta é aproximar mais a UE de seus cidadãos e manter sua capacidade após o ingresso de até dez países.

Deverá ser decidida em Laeken a criação de um grêmio composto por representantes dos governos e parlamentos dos países membros, bem como da Comissão Européia, o órgão executivo da UE. Permanece indefinido o grau de obrigatoriedade de aplicação das decisões do novo órgão comum europeu. Não se sabe também quem será o seu presidente – se o ex-presidente francês Valéry Giscard D’Estaing, o ex-premiê italiano Giuliano Amato ou o chefe do governo holandês Wim Kok.