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Ano da Ciência

13 de abril de 2010

Ano Brasil-Alemanha da Ciência, Tecnologia e Inovação quer encorajar parceiros estratégicos a investir em pesquisas que possam ajudar os dois países a crescer economicamente – mas de forma sustentável.

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Na corrida pela liderança na área da tecnologia e sustentabilidade, a Alemanha vai buscar no Brasil uma parceria para largar na frente. Hoje o Brasil exerce um papel muito mais estratégico do que nos 40 anos de história de colaboração científica entre as duas nações.

"O Brasil é para a Alemanha um parceiro interessante na área de ciência e tecnologia. Isso tem a ver com o nosso interesse em pesquisa na área do desenvolvimento sustentável. E aí se encaixa a tecnologia ambiental", justificou a ministra alemã para Educação e Pesquisa, Annette Schavan, em entrevista exclusiva à Deutsche Welle.

Foi em São Paulo, a maior cidade industrial alemã do mundo fora da Alemanha, que Schavan e o ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, inauguraram o Ano Brasil-Alemanha da Ciência, Tecnologia e Inovação nesta segunda-feira (12/04).

Até março de 2011, os dois países buscam juntos despertar a atenção do setor produtivo e de serviços para as possibilidades de negócios e de inovação tecnológica e industrial em setores estratégicos da economia. Para tanto, estão programados diversos encontros, tanto no Brasil como na Alemanha, a fim de encontrar soluções sutentáveis e inovadoras para os desafios do século 21.

São nove áreas de especial interesse, entre as quais estão manejo e proteção florestal, eficiência energética, tecnologia e proteção climática, recursos hídricos, transferência de tecnologia empresarial e saúde.

"O Brasil pode se beneficar muito porque a Alemanha é um dos países onde o desenvolvimento da ciência e tecnologia produziu um efeito muito grande no sistema empresarial. E nós estamos fazendo o possível pra aprender com isso e transformar ciência e tecnologia em riqueza", disse o ministro Rezende à Deutsche Welle.

Brasil: país-chave

Para Schavan, essa é a hora certa para estreitar as relações devido principalmente ao desempenho da economia nacional. "O Brasil é o país-chave na América Latina", pontua, lembrando que a Alemanha tem muito a aprender com o dinamismo do Brasil.

O interesse declarado da Alemanha no maior país da América Latina, segundo o ministro brasileiro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, deve-se também aos efeitos pós-recessão: no contexto internacional, o Brasil está entre os três países que melhor saíram da crise mundial.

"Sabemos das dificuldades por que passa a economia europeia de um modo geral e das oportunidades de investimento que existem no Brasil. Nós agora vamos ter não só o Programa de Aceleração do Crescimento com suas grandes dimensões, mas os eventos esportivos, que também são eventos econômicos", avalia Guimarães.

De fato, a ministra Schavan veio acompanhada em sua visita ao Brasil de uma delegação com representantes de empresas e instituições de pesquisas alemãs interessadas em oportunidades de negócio. No fim de abril, será a vez do ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, visitar o país.

Futuro otimista

Nas palavras de Annette Schavan, a partir deste ano Brasil e Alemanha entram na terceira fase de colaboração, sendo a primeira, há mais de 100 anos, caracterizada pela imigração, e a segunda marcada pela participação das indústrias alemãs no desenvolvimento industrial brasileiro.

"O Brasil tem pesquisas excelentes relacionadas ao uso dos recursos naturais e por isso acreditamos que esse é o momento correto não só para aprofundar as iniciativas relacionadas a pesquisas, mas para buscar novos produtos e resultados na área da inovação tecnológica", esclarece Schavan.

Com um orçamento anual de 10 bilhões de euros, o ministério alemão trabalha para aumentar as cooperações internacionais e tornar o país mais atraente para jovens pesquisadores. Já o Brasil comemora o aumento de 20% da quantia destinada à Ciência e Tecnologia: em 2010, o país destinará 3 bilhões de euros para aplicar na área.

"Estamos numa situação que é considerada intermediária. Há alguns anos, estávamos engatinhando e agora temos o desafio de dar um salto grande. Mas a evolução ocorrida nos últimos anos foi muito grande e com certeza vai continuar nos próximos anos", avalia Rezende o panorama do desenvolvimento tecnológico brasileiro.

"Esse ano é o começo de um novo capítulo na parceria. E o que fizermos agora vamos deixar para as futuras gerações de brasileiros e alemães, para que eles tenham uma nova chance", finaliza com otimismo Annette Schavan.

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Rodrigo Rimon