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Alemanha deve dobrar número de deportações, diz ministro

9 de abril de 2016

Coordenador do governo para refugiados pede que estados alemães aumentem as repatriações de requerentes de asilo que tiveram seus pedidos negados. Merkel defende cooperação com a Líbia nos moldes do acordo UE-Turquia.

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Deutschland Stempel Abgeschoben Symbolbild
Foto: Reuters/M. Dalder

O coordenador do governo da Alemanha para refugiados, Peter Altmaier, pediu que as unidades federativas do país aumentem as deportações de requerentes de asilo que tiveram seus pedidos negados.

Em entrevista publicada neste sábado (09/04) em diversos jornais alemães, Altmaier declarou que os estados devem tentar duplicar o número de deportações em 2016. "No ano passado, tivemos 37.220 retornos voluntários e 22.200 deportados. Uma perspectiva realista para 2016 seria o dobro desse total", disse.

O também ministro da Casa Civil da chanceler federal alemã, Angela Merkel, afirmou que o Departamento Federal para Migração e Refugiados processa mais de 50 mil pedidos de asilo todos os meses, sendo que um terço destes são rejeitados. "Devemos assegurar que o número de repatriações aumente", disse Altmaier.

Ele defendeu o acordo UE-Turquia, que entrou em vigor na última segunda-feira, com o objetivo de diminuir o fluxo migratório para a Europa.

O pacto entre Bruxelas e Ancara estabelece a devolução dos migrantes que chegaram à Grécia após o dia 20 de março, e que não estão aptos a receber asilo. A União Europeia, por sua vez, se compromete a aceitar um refugiado sírio para cada migrante devolvido à Turquia.

Altmaier rebateu críticas de diversas organizações de direitos humanos ao acordo. "Nosso objetivo é reduzir o número de refugiados, o que parece que está acontecento."

Cooperação com a Líbia

Angela Merkel disse que a UE deve buscar um acordo nos mesmos moldes com a Líbia, que, assim como a Turquia, serve como uma espécie de ponto de travessia para os refugiados, na maioria árabes e africanos, que almejam chegar à Europa.

"Temos agora à nossa frente a tarefa de estabelecer essa mesma cooperação com a Líbia" afirmou a chanceler nesta sexta-feira em Berlim. "Há poucos dias tivemos um governo de unidade que finalmente chegou à Trípoli", disse, se referindo ao governo de transição criado com a intermediação da ONU que visa construir uma forma de estabilidade política no país, arrasado por conflitos internos.

"Se conseguiremos ou não levar alguma ordem e orientações para a rota dos refugiados rumo à Itália, irá depender do nosso êxito em atingir acordos sensatos com a Líbia, assim como fizemos com a Turquia", afirmou Merkel.

O país no norte da África se encontra num estado de caos político desde a deposição do ditador Muammar Kadafi, há cinco anos.

RC/ap/rtr/afp