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Alemanha embarca para a Ucrânia com otimismo total

Marco Justo Losso

Mesmo com confiança de treinador e jogadores, imprensa prepara público para o pior.

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A equipe alemã vai com muita confiança e coragem pra cima da Ucrânia, apesar da prevenção da imprensaFoto: AP

A Seleção Alemã de Rudi Völler embarcou nesta quinta-feira (8) para Kiev, na Ucrânia, com um otimismo quase irrefreável na bagagem para o jogo de sábado pela repescagem para a Copa do Mundo do próximo ano, no Japão e na Coréia.

Apesar disso, os comentários na imprensa alemã preparam o público para o pior, procurando consolar os torcedores com exemplos como o da França, que não participou do mundial de 1994 e ganhou o seguinte, de 1998, organizado em seu território. Uma clara alusão ao fato de a Alemanha sediar a Copa do Mundo de 2006.

Völler e seus comandados querem mostrar que as derrotas ficaram no passado. "Estou convencido de que podemos conseguir um bom resultado, pois todos os jogadores, não só os do Bayern, estão acostumados a uma pressão muito forte", declara o atacante Carsten Jancker, do time bávaro.

Michael Skibbe, auxiliar de Völler, também acredita que a equipe pode demonstrar sua força. "Só não podemos, com certeza, deixar o artilheiro Shevchenko receber as bolas fáceis, sem nenhuma marcação", alerta. Ele aproveita para advertir que "ninguém deve esperar uma exibição brihante, mas sim uma clara resposta às duas fracas partidas anteriores".

Tudo ou nada - Não é a primeira vez que a Alemanha enfrenta uma situação como essa. Por cinco vezes, a equipe germânica encarou o "tudo ou nada" para uma classificação a uma Eurocopa ou para um mundial.

A mais notória dessas partidas foi contra o País de Gales, em Colônia, em 1989, pelas Eliminatórias da Copa de 1990, na Itália, quando os alemães conquistaram seu tricampeonato. Treinador na época, o Kaiser Franz Beckenbauer armou bem a equipe, composta por talentos como Hässler, Matthäus, Littbarski, Brehme e o atual técnico nacional Völler, e conseguiu superar os galeses por 2 a 1.

Beckenbauer ressalta que "a Ucrânia tem calibre muito mais poderoso que o de Gales" e a situação seria mais complicada desta vez. O Kaiser acredita que o time precisa jogar em Kiev para ganhar. "Sair de lá com um empate não representa muito", concluiu.

Esperando pelo pior - Prevendo o pior dos resultados, a eliminação alemã, a imprensa do país lembra ao público que não é o fim do mundo deixar de participar de uma copa. Grandes nações do futebol, com exceção do Brasil, único país a participar de todos os mundiais, não conseguiram a classificação para uma Copa do Mundo ou uma Eurocopa e tornaram-se, mais tarde, campeãs nas competições seguintes.

Além do exemplo francês, citam-se equipes como Holanda e Dinamarca, que ganharam os torneios europeus em 1988 e 1992, respectivamente, sem que tivessem participado da copa anterior (Holanda) ou da posterior (Dinamarca). A própria Alemanha não se classificou em 1950 para o mundial no Brasil e depois conseguiu ganhar seu primeiro título em 1954, na Copa da Suíça.

Apesar de os fatos mostrarem que as equipes preparam-se melhor para os mundiais e eurocopas quando não disputam o último torneio, há também o exemplo de países com tradição no futebol que não tiveram boa atuação, mesmo organizando as copas. Com exceção de França, Alemanha e Inglaterra, nações como Itália, em 1990, Espanha em 1982 e Brasil, em 1950, não alcançaram o troféu, mesmo organizando o campeonato em seus territórios.