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Alemanha envia tropas ao Iraque para treinar peshmerga

Kay-Alexander Scholz (av)17 de dezembro de 2014

Ministros do Exterior e da Defesa enfatizam que não se trata de uma missão de combate. Soldados alemães vão treinar guerreiros curdos que impedem avanço do "Estado Islâmico" no norte iraquiano.

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Foto: Bundeswehr/Florian Räbel/dpa

O governo alemão anunciou nesta quarta-feira (17/12), em Berlim, a mobilização de cem soldados da Bundeswehr para o norte do Iraque, em missão de treinamento. Num comunicado conjunto à imprensa, o ministro do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, e a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, enfatizaram não se tratar de uma operação de combate.

A região em questão é dominada por combatentes curdos peshmerga, que formam um front contra o avanço do jihadista "Estado Islâmico" (EI). Os militares alemães se encarregarão de instruí-los. Segundo Von der Leyen, já houve boas experiências com os peshmerga, e eles precisam de equipamento e treinamento.

Visando atender às necessidades dos combatentes locais, as Forças Armadas alemãs apresentarão um catálogo com diferentes módulos de treinamento, incluindo serviços paramédicos, remoção de minas explosivas e telecomunicações. A proteção militar dos alemães ficará a cargo dos peshmerga.

As tropas enviadas por Berlim cooperarão no local sobretudo com unidades holandesas, italianas e da Escandinávia, e começarão com a estruturação logística da missão, explicou a ministra alemã da Defesa. Em meados do ano, as tropas da Itália provavelmente assumirão a "responsabilidade rotativa".

Missão "evita aventuras"

"Saudamos muito especialmente que os peshmerga estejam agindo de forma inclusiva", disse Von der Leyen sobre o fato de os curdos acolherem também cristãos, yazidis e muçulmanos. Outro bom sinal é o contato estreito entre o governo curdo e o governo central em Bagdá, acrescentou.

Steinmeier também enfatizou esse aspecto em sua declaração à imprensa, apontando para o sucesso de duas missões de reconhecimento anteriores à decisão de enviar os soldados. Assim, a atual missão foi tomada "com responsabilidade" e "evita aventuras". Além disso, os militares são "recuperáveis" a qualquer momento.

Steinmeier und Von der Leyen Bundeskabinett Ressekonferenz Berlin 17.12.2014
Steinmeier (e) e Von der Leyen anunciam decisãoFoto: Reuters/H. Hanschke

A atual mobilização da Bundeswehr para o norte do Iraque não faz parte de nenhuma operação internacional, seja da ONU, seja da Otan.

O ministro do Exterior anunciou ainda a intenção da Alemanha de, juntamente com seus parceiros internacionais, procurar novas soluções políticas para o fim da guerra civil na Síria. Como o EI não se orienta por fronteiras nacionais, todo o Oriente Médio deve estar no foco da atenção, observou Steinmeier.