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Alemanha inicia temporada no Brasil com desejo de renovar sua imagem

Renate Krieger, de São Paulo14 de maio de 2013

Alemanha está mais aberta, internacional e descontraída, mas poucos brasileiros conhecem a nova imagem do país europeu, diz o presidente Joachim Gauck, em São Paulo.

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Foto: picture-alliance/dpa

Pouca gente sabe, mas Brasil e Alemanha têm uma "relação feliz". E, para derrubar os clichês comumente associados ao país europeu, o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, inaugurou nesta segunda-feira (13/05) o Ano da Alemanha no Brasil, formalmente conhecido como Temporada Alemanha + Brasil 2013-2014.

"Convido as pessoas a encontrar a Alemanha sem preconceitos", disse Gauck, diante de uma plateia de convidados alemães e brasileiros, a maioria empresários, no Teatro Municipal de São Paulo.

Patrono do Ano da Alemanha ao lado do governo brasileiro, Gauck sublinhou que os dois países ainda têm muito o que aprender um com o outro e que podem crescer juntos, com base em valores comuns.

Horas antes, o presidente alemão também abrira, com a presidente Dilma Rousseff, a 31ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, citando a democracia como valor comum, surgido após períodos de endurecimento político como a ditadura militar no Brasil, de 1964 a 1985, e a antiga divisão entre uma Alemanha capitalista e outra comunista, após a Segunda Guerra Mundial.

Pontos em comum

Gauck deixou clara, no discurso do Teatro Municipal, a intenção dos dois países de dar mais visibilidade à cooperação em vários setores – e que já existe há mais de cem anos. "A Volkswagen, por exemplo, já é vista por muitos brasileiros como uma antiga empresa nacional. E poucos sabem que um dos escritores mais renomados da Alemanha, Thomas Mann, atribuiu a veia artística à mãe, nascida no Brasil", disse Gauck, citando ainda o passado da imigração alemã no Brasil, que deixou traços como os nomes de cidades no sul do país, como Blumenau, Pomerode.

O presidente alemão também disse ter lido o livro Um brasileiro em Berlim, de João Ubaldo Ribeiro. Se escrevesse o livro hoje, Ribeiro talvez descrevesse o país europeu de outra forma, opinou o presidente. "A Alemanha ficou mais aberta, mais internacional, relaxou mais e gosta mais de si mesma, o que fez com que se abrisse mais para os outros", disse.

Por outro lado, Gauck disse desejar mais "coragem" dos alemães para essa abertura – apesar de, no plano econômico, o país sustentar a própria economia por pequenas e médias empresas "jovens e inovadoras". Tanto pelas empresas quanto pelas universidades, Alemanha e Brasil podem intensificar a cooperação, a exemplo da chamada "virada energética" que a Alemanha quer promover, diminuindo a produção de energia nuclear e aumentando a de energias renováveis.

A abertura oficial do Ano da Alemanha no Brasil foi encerrada com um concerto da orquestra internacional Young Euro Classic, com sede no país europeu. Apresentaram-se 35 jovens músicos brasileiros e 35 de várias nacionalidades, que tocaram obras de compositores clássicos alemães e brasileiros, como Brahms, Beethoven e Heitor Villa-Lobos. Parte dos jovens sairá em turnê por várias cidades brasileiras e irá à Alemanha. Gauck também inaugurou um caminhão pintado com figuras criadas pelo artista de street art berlinense Jim Avignon e pelo brasileiro Carlos Dias.

Theater Municipal in Sao Paulo Brasilien Eröffnung Joachim Gauck
Gauck (e) ao lado do presidente do Instituto Goethe, Klaus-Dieter Lehmann, no Theatro MunicipalFoto: picture-alliance/dpa