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Alemanha não assumirá comando das tropas no Afeganistão

Paulo Chagas29 de janeiro de 2002

O governo alemão descartou a possibilidade de as Forças Armadas alemãs assumirem o comando das tropas internacionais de paz no Afeganistão (ISAF), conforme notícia que vinha sendo veiculada nos últimos dias.

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Alemanha não tem soldados nem material suficientes para assumir liderançaFoto: AP

Este foi o resultado das conversações mantidas entre o chanceler federal Gerhard Schröder e os ministros da Defesa, Rudolf Scharping; do Exterior, Joschka Fischer, e das Finanças, Hans Eichel, e divulgadas nesta terça-feira (29).

O porta-voz do governo, Uwe-Karsten Heye, havia dito na segunda-feira que as Forças Armadas alemãs só assumiriam a liderança militar no Afeganistão se renunciassem ao comando das tropas na Macedônia, que está em mãos da Alemanha até o fim do março.

Falta de soldados e de material

- O presidente da Associação da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs), Bernhard Gertz, afirmou que a Alemanha não tem soldados nem material suficientes para assumir um papel de liderança. Seria necessário não apenas abdicar do comando nos Bálcãs, como também injetar novos recursos nas Forças Armadas.

O general Klaus Reinhardt, ex-comandante das tropas de paz de Kosovo (KFOR), destacou sobretudo a falta de sistemas de comunicação e meios de transporte. A Bundeswehr encontra-se em fase de reestruturação, que durará até 2006. Além disso, para assumir o comando no Afeganistão, seria necessário aumentar o atual contingente, de 1.200 soldados.

Debate

– Durante o debate no parlamento sobre o envio das tropas alemãs ao Afeganistão, tanto o chanceler Gerhard Schröder como o ministro da Defesa, Rudolf Scharping, haviam frisado que a Alemanha não pretendia assumir papel de liderança, pois não tem condições para isso. Scharping justificou esta posição com o processo de reestruturação das Forças Armadas e a operação militar na Macedônia.

Michael Glos, chefe da bancada da CSU (oposição), estima que é em princípio "correto" que a Alemanha assuma o comando no Afeganistão, mas que para isso seria necessário colocar à disposição equipamento e material adequados.