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Alemanha não vê motivo para euforia no Afeganistão

Estelina Farias14 de novembro de 2001

Governo não vê nas conquistas da Aliança do Norte razão para euforia, defende ação militar até a captura de Osama bin Laden e anuncia ajuda humanitária para a reconstrução do Afeganistão.

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Apesar dos avanços da oposição armada Aliança do Norte sobre o regime talibã no Afeganistão, o governo da Alemanha não vê motivo para euforia, nem para mudar seu plano de enviar 3.900 soldados à luta antiterror liderada pelos Estados Unidos. O combate ao terrorismo internacional ainda vai durar muito tempo, disse o ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, hoje em Berlim.

O ministro do Partido Verde não respondeu se vai renunciar se os deputados verdes não garantirem votos para a coalizão que formam com o Partido Social Democrático (SPD) aprovar a missão militar e uma moção de confiança no gabinete. Fischer alegou que não quer especular sobre a votação no Parlamento, na sexta-feira, e que até lá vai realizar conversações intensas.

O chanceler federal alemão e presidente do SPD, Gerhard Schröder, condicionou a existência da coalizão com os verdes à aprovação do plano militar. Embora ameaçado de perder o posto, Fischer defendeu o envio dos soldados alemães à luta antiterror. O ministro da Defesa, o social-democrata Rudolf Scharping, também esclareceu que a planejada ação militar alemã tem que durar até a desejada captura do responsável pelos atentados de 11 de setembro nos EUA, Osama bin Laden.

Ajuda e reconstrução - O chefe da diplomacia alemã não mostrou satisfação com as conquistas militares da oposição afegã, mas admitiu que elas possibilitaram um abastecimento melhor da população faminta, calculada em 7,5 milhões de pessoas. A ONU está podendo prestar ajuda em todos os lugares agora sob o controle da Aliança do Norte, disse Fischer. Ele e a ministra da Cooperação Econômica, Heidimarie Wieczoreck-Zeul, anunciaram uma ajuda de 256 milhões de marcos (US$ 115,431 milhões) para o Afeganistão.

Dessa soma, 96 milhões de marcos são para ajuda humanitária direta e 160 milhões para a reconstrução do país destruído pela guerra civil de décadas, secas e, por último, pelos bombardeios americanos e britânicos. O custo da operação militar alemã planejada para durar um ano está avaliado em 500 milhões de marcos (quase US$ 226 milhões).

Plano político - Fischer é um dos defensores de um governo de transição com representantes de todas as etnias e líderes tribais afegãos, conforme o plano da ONU, e vê o ex-rei Saher Shah como figura de integração. Ao anunciar a ajuda financeira ao Afeganistão, a ministra social-democrata (SPD) fez uma série de exigências aos novos detentores do poder no país, tais como chances para que todos os milhões de refugiados afegãos retornem ao país, garantia de alimentação básica para a população carente e dos direitos humanos para as mulheres. Elas foram as maiores vítimas do regime talibã em fase de extinção depois de cinco anos de repressão absoluta, nas formas mais cruéis.