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Alemanha poderá indenizar ex-prisioneiros soviéticos

21 de maio de 2015

Parlamentares alemães propõem a soma de 10 milhões de euros para compensar financeiramente pessoas da antiga União Soviética que foram presas durante o nazismo. Milhões morreram antes mesmo do fim da guerra.

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Stukenbrock Befreiung StaLag 326, Lager für sowjetische Kriegsgefangene 1945
Foto: Getty Images/Keystone

Parlamentares da coalizão do governo da Alemanha propuseram nesta quarta-feira (20/05) que o país pague uma compensação financeira simbólica aos prisioneiros da Segunda Guerra da antiga União Soviética.

"Os ex-prisioneiros da antiga União Soviética são o segundo maior grupo de vítimas dos nazistas, depois dos judeus", afirmou o parlamentar social-democrata Hans-Ulrich Krüger.

A proposta também foi bem recebida pela oposição. "Este é um reconhecimento tardio e importante da responsabilidade histórica da Alemanha neste capítulo da política de destruição do nacional socialismo", afirmaram Volker Beck e Sven-Christian Kindler, do partido Verde.

O comitê parlamentar alemão de orçamento já apresentou uma proposta de ajuste nas contas para destinar 10 milhões de euros a fim de viabilizar os pagamentos. A aprovação em plenário nesta quinta-feira é praticamente certa.

O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, elogiou a "boa iniciativa" do Parlamento, segundo um porta-voz do ministério.

De prisioneiros a colaboradores

Entre 4,5 milhões e 6 milhões de pessoas foram presas durante a invasão das tropas de Adolf Hitler na União Soviética, iniciada em 1941. Fome, doenças e o frio dizimaram cerca de dois milhões nos primeiros meses do conflito. Cerca de 60% dos prisioneiros não viveram para assistir ao fim da guerra.

Os sobreviventes enfrentaram perseguições do regime de Josef Stalin quando voltaram para casa, acusados pelas autoridades soviéticas de terem colaborado com o inimigo. Aproximadamente 13% deles acabaram em campos de trabalho forçado.

Não se sabe ao certo o número exato de possíveis beneficiados com a indenização. Os 10 milhões de euros foram calculados com uma estimativa de que ainda existam cerca de 4 mil sobreviventes nos antigos Estados soviéticos, o que daria 2,5 mil euros para cada.

MSB/afp/dpa/rtr/ap