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Alemanha quer extradição do chefe de operações do Al Qaeda

(SM/am)14 de setembro de 2002

O terrorista mais procurado pelas autoridades alemãs – um cidadão do Iêmen – foi preso no Paquistão. O ministro alemão do Interior, Otto Schily, quer a extradição do ativista, que operava a partir de Hamburgo.

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Ramsi Binalshibh foi um dos planejadores dos atentados de 11 de setembroFoto: AP

O ministro Schily tratou da questão com o secretário norte-americano da Justiça, John Ashcroft, durante um encontro em Copenhague. A CIA e o FBI participaram da operação que resultou na prisão do terrorista, em Karachi, no Paquistão.

A polícia do Paquistão prendeu dez integrantes da rede terrorista do Al Qaeda. Entre eles, encontra-se Ramsi Binalshibh, que é suspeito de ser um dos principais organizadores dos atentados terroristas de 11 de setembro. Ele morava em Hamburgo junto com Mohammed Atta – o estudante egípcio que comandou a operação de seqüestro dos aviões, pilotando pessoalmente o primeiro deles contra o World Trade Center.

Ramsi Binalshibh, considerado um dos cabeças da célula terrorista islâmica de Hamburgo, só não participou diretamente da operação por não ter conseguido um visto de entrada nos Estados Unidos. Poucos dias antes dos atentados, o iemenita Binalshibh deixou a Alemanha, rumo ao Afeganistão. Há quase um ano, as autoridades alemãs emitiram um mandado de prisão contra ele. Desde então, está sendo procurado internacionalmente.

Ministro confirmou a prisão

A prisão de Ramsi Binalshibh e de nove cúmplices do Al Qaeda foi confirmada oficialmente pelo ministro do Interior do Paquistão, Moinuddin Haider, com uma frase lacônica: "Sim, eles estão em nosso poder e estão sendo interrogados." Segundo informação de fontes do governo paquistanês, as investigações contam com a participação do serviço secreto americano CIA e da polícia federal dos Estados Unidos, FBI.

As informações divulgadas pelas autoridades do Paquistão desmentiram notícias veiculadas pela imprensa internacional, de que Binalshibh teria sido entregue aos americanos e levado para instalações militares dos EUA na Alemanha.

Localização por telefonema

Ramsi Binalshibh e seus nove cúmplices foram presos na quarta-feira, 11 de setembro, data do primeiro aniversário dos atentados de Nova York e Washington. Uma conversa telefônica por satélite foi rastreada pelo FBI, possibilitando a localização do grupo, que se escondia num apartamento na cidade de Karachi, no sul do Paquistão.

Um tiroteio de mais de duas horas precedeu a prisão dos terroristas: dois membros do Al Qaeda foram mortos, sete policiais paquistaneses ficaram feridos. Oito dos presos são provenientes do Iêmen, entre eles, Ramsi Binalshibh. Os outros dois são cidadãos do Egito e da Arábia Saudita.

O maior golpe contra Al Qaeda

A prisão de Binalshibh é um dos maiores êxitos do governo americano na luta contra o terrorismo internacional e pode ser considerada um grande golpe contra o Al Qaeda. Ramsi Binalshibh é o líder operacional do grupo, segundo declaração própria. Acredita-se que o terrorista iemenita tenha sido o responsável pela logística financeira dos atentados de 11 de setembro.

Poucos dias antes da sua prisão, Ramsi Binalshibh concedeu uma longa entrevista à emissora árabe de televisão Al Jazira, quando narrou detalhes dos preparativos para a operação. Ele revelou, entre outras coisas, o destino da aeronave que caiu na Pensilvânia sem atingir o alvo planejado: ela seria dirigida contra o Capitólio, em Washington.

Binalshibh não foi filmado pela tevê árabe. Toda a entrevista foi gravada sem imagens, segundo o repórter da Al Jazira, num apartamento vazio em Karachi. Provavelmente o mesmo apartamento onde o grupo terrorista foi preso poucos dias depois.