1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Cúpula da Integração

31 de janeiro de 2012

A 5ª Cúpula da Integração transcorreu sem conquistas mensuráveis. Nova meta é maior participação migratória nos serviços públicos. Tais funcionários podem constituir importantes pontes integradoras, diz governo alemão.

https://p.dw.com/p/13tup
Participantes da 5ª Cúpula na Chancelaria Federal, em Berlim
Participantes da 5ª Cúpula na Chancelaria Federal, em BerlimFoto: picture-alliance/dpa

Durante a 5ª Cúpula da Integração, nesta terça-feira (31/01), em Berlim, foi lançado um Plano de Ação Nacional de Integração, contando 471 páginas. Através deste, o governo alemão pretende dar impulso forte à integração dos imigrantes e cidadãos de origem migratória, aumentando suas chances de participação igualitária na sociedade, além de fomentar o bem-estar geral, através de um melhor convívio.

A premiê Angela Merkel convidou para a conferência na Chancelaria Federal 120 representantes da política, economia e federações. Segundo a encarregada para Assuntos de Integração, Maria Böhmer, "o plano de ação é uma obra coletiva, em que todos trabalham no mesmo sentido". As principais áreas de ação são idioma, educação e formação profissional, assim como o mercado de trabalho, onde cabe melhorar a posição dos imigrantes.

Exemplo do serviço público

Um novo foco é a presença dos imigrantes no serviço público, assim como nas áreas de saúde e serviços assistenciais: sua atual participação, de 9,9%, está muito abaixo do necessário, apontou Böhmer. A seu ver, nesses setores, funcionários de origem migratória podem muitas vezes constituir importantes pontes integradoras, graças a seus conhecimentos linguísticos e experiências culturais.

Antes da cúpula, Maria Böhmer declarara à emissora de TV ARD ser necessário a Alemanha dispor de mais cidadãos de origem migratória como policiais, professores, educadores e na administração comunitária. "Naturalmente o funcionalismo público tem uma função de modelo", por isso é importante que os responsáveis por recursos humanos no serviço público se submetam a um treinamento direcionado, assinalou.

A encarregada lembrou que, de cada 50 jornalistas na Alemanha, apenas um tem origem migratória, portanto é muito difícil fornecer aos imigrantes uma posição condizente nas mídias oficiais. Para que, a longo prazo, um maior número de imigrantes alcance ascensão social, é de extrema importância o incentivo à competência linguística, observou a política democrata-cristã.

Nesse ponto, o governo federal tem dado um sinal significativo: 400 milhões de euros estão sendo investidos em creches especiais, durante quatro anos. Aqui, o papel dos pais é essencial, acrescentou Böhmer.

Sem resultados concretos

A premiê Angela Merkel chamou a atenção para a recém-lançada campanha publicitária, incentivando os imigrantes a se candidatarem ao serviço público. Por exemplo, há muito poucos imigrantes no corpo de bombeiros: "Nesse ponto, o esporte está mais à frente", comentou a chefe de governo na coletiva de imprensa. As quotas de participação precisam crescer também na mídia, pleiteou.

Merkel convocou a primeira Cúpula da Integração em 2006. "Na época, demos partida a uma série de autocomprometimentos voluntários. Muitos não acreditavam, mas eles foram implementados", comentou, em retrospectiva. Agora se trata de criar estruturas perenes, a partir dos numerosos modelos.

A atual cúpula transcorreu entre uma conferência da União Europeia em Bruxelas sobre a crise do euro e uma viagem de Merkel à China.

Menos de 10% de participação de imigrantes nos cargos públicos
Menos de 10% de participação de imigrantes nos cargos públicosFoto: dapd
Merkel (d) e Kenan Kolat, presidente da Federação Turca na Alemanha
Merkel (d) e Kenan Kolat, presidente da Federação Turca na AlemanhaFoto: picture-alliance/dpa

Durante a coletiva de imprensa, podia-se notar quão exaustivo para a chanceler federal é atualmente o seu trabalho. Ela se esforçou por esconder o cansaço, e conseguiu deixar uma impressão positiva, de que todos estão lutando para o mesmo fim.

Porém não havia vitórias concretas a relatar. Cabe esperar como será o Plano de Ação Nacional, na prática. A próxima Cúpula da Integração está marcada para o primeiro semestre de 2013.

AV/dw/rtr/afp
Revisão: Carlos Albuquerque