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Alemanha rejeita comando da tropa de paz em Cabul

(ef)14 de março de 2002

Chefe de governo alemão, Gerhard Schröder, diz a premier afegão, Hamid Karzai, que Alemanha rejeita comando da tropa de paz e também uma ampliação do mandato da ISAF para além de Cabul.

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Chefe de governo afegão, Hamid Karzai (e), com o chanceler federal alemão, Gerhard SchröderFoto: AP

Como parceira tradicional do Afeganistão, a Alemanha quer apoiar a reconstrução do país destruído pela guerra, mas pretende manter o seu papel militar limitado. O chanceler federal, Gerhard Schröder, rejeitou uma extensão do mandato da tropa internacional de proteção (ISAF) para além de Cabul, no seu encontro com o chefe do governo interino afegão, Hamid Karzai, em Berlim, nesta quinta-feira (14). Schröder rejeitou também o pedido de Karzai para que a Alemanha assumisse o comando da tropa de paz. O chefe de governo alemão concorda com uma prorrogação do mandato da ISAF limitado até junho pela ONU.

Karzai já conta como certo que a Turquia assumirá a liderança da tropa de paz em abril, no lugar da Grã-Bretanha. A Turquia é o único país muçulmano que faz parte da OTAN e se dispôs a comandar as forças de paz, desde que receba ajuda financeira dos parceiros na Organização do Tratado do Atlântico Norte.

O premier afegão lamentou que as Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) tenham rejeitado o comando da ISAF e destacou que, se a Turquia assumir esse papel, a Alemanha continuará sendo o número dois da tropa de 19 nações. A Alemanha foi a sede das negociações entre os representantes das quatro etnias afegãs principais, que levaram à criação do governo interino e Karzai ao poder. Ele chegou em Berlim na quarta-feira (13) para sua primeira visita ao país. Schröder aceitou o seu convite para visitar o Afeganistão.

Ajuda

- No segundo dia da visita de Karzai, Alemanha e Afeganistão assinaram uma declaração de intenções sobre uma cooperação econômica estreita de investidores da iniciativa privada na reconstrução do país asiático. O governo alemão quer financiar o envio de peritos para ajudar na reconstrução do Afeganistão. A ajuda financeira alemã será, segundo Schröder, sobretudo para os setores de construção civil, telecomunicação, educação e formação de um corpo policial. Karzai pediu também a ajuda do empresariado alemão num encontro com representantes da Federação das Indústrias Alemãs (BDI).

Com doações de 80 milhões de euros este ano e promessa do governo de 320 milhões de euros até 2005, a Alemanha é o maior doador de recursos ao Afeganistão entre os 15 países da União Européia.

Eleições

– Em conversa com o presidente do Parlamento, Wolfgang Thierse, Karzai mostrou-se confiante na realização de eleições parlamentares no Afeganistão dentro de dois ou três anos, como prevê o acordo firmado em Bonn.

A ministra alemã da Cooperação Econômica, Heidemarie Wiczorek, prometeu ajuda técnica e financeira para a convocação e funcionamento da tradicional assembléia Loya Jirga, em meados de junho. Cerca de 1.500 chefes de tribos deverão encaminhar a segunda etapa do processo de transição política no Afeganistão e formar um governo para os próximos 18 meses.