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Alemanha vai ajudar a destruir armas químicas da Síria

9 de janeiro de 2014

Resíduos de gás mostarda, previamente decomposto em navio americano, serão depois incinerados e transformados em substâncias inofensivas por uma usina alemã.

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Foto: Reuters

A Alemanha anunciou nesta quinta-feira (09/01) que aceitou destruir parte do arsenal químico do regime de Bashar al-Assad, que começou a ser retirado da Síria na terça. A colaboração é em resposta a um pedido da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), que coordena a remoção do material.

Os ministros alemães do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, e da Defesa, Ursula von der Leyen, explicaram que a Sociedade para Eliminação de Armas, Resíduos e Armamento Químico (Geka), baseada na cidade de Munster, vai se encarregar de destruir os materiais vindos da Síria.

"Ninguém que tenha capacidade técnica disponível pode se negar a ajudar neste caso. Portanto decidimos assumir nossa responsabilidade e dar a nossa contribuição", afirmou Steinmeier em Berlim.

Para o ministro, a destruição do armamento químico significa um primeiro passo que pode possibilitar o apaziguamento do conflito sírio. A ministra da Defesa, por sua vez, ressaltou em comunicado que o processo de paz na Síria é uma tarefa internacional.

Symbolbild OPCW Syrien
Governo alemão afirma ter capacidade técnica para eliminar resíduos das armas químicas siriasFoto: Philipp Guelland/AFP/Getty Images

Sob pressão internacional, a Síria aceitou desfazer-se de seu arsenal químico até junho deste ano após um ataque com gás venenoso contra civis em agosto do ano passado, o qual, segundo países ocidentais, teria sido orquestrado pelo governo de Assad. Damasco, no entanto, responsabiliza os rebeldes pelo ataque. Países como os Estados Unidos chegaram a ameaçar ações militares caso uma providência não fosse tomada.

Parte das 1,3 mil toneladas de armas químicas declaradas pelo governo sírio à Opaq começou a ser retirada do país nesta terça-feira a bordo de um navio dinamarquês, escoltado por unidades navais da Dinamarca, Noruega, China e Rússia. A Opaq vai fiscalizar o transporte e o processo de destruição das armas químicas.

O gás mostarda será levado a um navio de guerra americano que se encontra no Mediterrâneo e que fará a decomposição do armamento. Nesta primeira fase do processo serão produzidas centenas de toneladas de um composto semelhante a um resíduo líquido industrial, contendo ácido hidroclorídrico e tiodiglicol.

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Operação envolvendo navio dinamarqueses e noruegueses transportará armas químicas pelo MediterrâneoFoto: picture alliance/AP Photo

O material será então enviado para Munster, no norte do país, para incineração. A usina da Geka transformará a substância em sais e outros compostos inofensivos.

A decisão de levar o material para a Alemanha poderia gerar uma polêmica no país, que conta com um forte movimento pacifista e antinuclear e que tem se mostrado reticente à participação em missões no exterior, em especial no Oriente Médio, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Estima-se que todo o projeto de destruição de armas químicas deva custar ao menos 40 milhões de euros.

MSB/rtr/lusa/dpa