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Aliança do Norte já aceita tropa da ONU no Afeganistão

Roselaine Wandscheer 30 de novembro de 2001

Negociações em Bonn devem ser encerradas no sábado, com acordo de paz. As delegações começaram a fazer listas para a composição do governo de transição e do Conselho Superior.

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O ex-rei Zahir Shah é o mais forte candidato a chefe de Estado provisórioFoto: AP

As delegações afegãs na conferência que se realiza na Alemanha estão perto de um acordo. A Aliança do Norte cedeu à sua resistência contra uma tropa multinacional sob comando da ONU no Afeganistão. Todos os grupos afegãos concordam com a formação, o mais rápido possível, de dois grêmios para o governo de transição em Cabul. Eles aceitam também que o Parlamento provisório tenha membros da Aliança do Norte e dos grupos no exílio aliados ao ex-rei Mohammed Sahir Shah.

Os representantes das Nações Unidas, entretanto, temem que tenha começado a fase mais difícil das negociações no palácio de Petersberg, próximo a Bonn.

As delegações começaram a fazer listas para a composição dos dois órgãos. O governo de transição deverá ter de 15 a 25 membros. Já o Conselho Superior será uma espécie de assembléia parlamentar, devendo ter de 120 a 200 pessoas.

Em complemento à fase de transição, será composta uma grande assembléia, a tradicional Loya Jirga, com a tarefa de criar as condições para aprovação de uma constituição, realização de eleições livres e a composição de um governo estável.

Segundo participantes do encontro promovido pela ONU na Alemanha, as duas maiores delegações, a da Aliança do Norte e a do grupo do ex-rei Mohammed Zahir Shah, chegaram a um acordo sobre as bases para o conselho que deverá reger a transição. O ex-rei Zahir Shah, de 87 anos, que vive exilado em Roma, visto como o provável um chefe de Estado provisório.

As conversas também avançaram quanto ao envio de tropas internacionais de paz. A Aliança do Norte não se opõe mais, desde que o estacionamento seja depois da composição de uma administração provisória. Yunis Qanuni, representante da Aliança, ressaltou que seu povo prefere soldados de países muçulmanos.

As Nações Unidas consideram uma missão militar imprescindível para garantir o processo de paz. "Em meio a anarquia e caos, não pode haver governo", destacou o porta-voz da ONU, Ahmad Fausi. Ele acrescentou que a questão da tropa internacional pode não ser aprovada nesta conferência, que deve encerrar com um acordo de paz no próximo sábado.