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Alta do euro preocupa exportadores

rw20 de novembro de 2003

BCE estipulou em 1,1910 o valor de referência do euro em relação ao dólar, um recorde. Economia alemã fala sobre causas e conseqüências dessa cotação.

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Moeda européia atinge valor recordeFoto: AP

Os analistas são unânimes em relação à causa da alta do euro: o fantasma do protecionismo ao dólar. Para proteger o mercado interno, a secretaria norte-americana de Comércio pretende impor sanções alfandegárias a produtos têxteis da China.

Também o conflito entre Estados Unidos e União Européia sobre a taxação das importações de aço vem prejudicando a moeda norte-americana. Ao mesmo tempo, bancos e fundos norte-americanos estão demonstrando um súbito interesse pelo euro.

Os sinais de um protecionismo crescente no comércio internacional preocupam o presidente do Banco Central norte-americano, Alan Greenspan, que alertou para as conseqüências negativas em conferência pronunciada nesta quinta-feira em Washington.

Já os déficits orçamentários da Alemanha e da França, que em princípio deveriam enfraquecer a moeda européia, parecem não ser motivo de preocupação.

Na opinião de Rüdiger Pohl, presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas de Halle, persiste a desconfiança sobre quanto tempo vai durar o desenvolvimento da conjuntura nos EUA. "O crescimento é positivo, mas há enormes déficits na balança comercial e no orçamento público", adverte Pohl.

Empresários alemães apreensivos

"Um câmbio de 1,20 dólar por euro é bastante provável, o que vai prejudicar ainda mais as exportações alemãs", disse o especialista em assuntos monetários da Confederação da Indústria Alemã (BDI), Reinhard Kudiss, em matéria publicada nesta quinta-feira pelo jornal Berliner Zeitung.

Também para Matthias Schoder, da Confederação das Câmaras Alemãs de Indústria e Comércio (DIHK), a tendência é o euro continuar subindo. O presidente da Associação Alemã dos Atacadistas e Exportadores, Anton Börner, disse que, se a situação persistir, "será preciso reduzir impostos e taxas para não prejudicar o atual único motor da conjuntura alemã".

O Banco Central Alemão não vê motivos para inquietação, pois a alta cotação do euro nos últimos tempos não estaria prejudicando os impulsos dados pelo comércio mundial para a recuperação da conjuntura alemã, nem da zona do euro. O relatório mensal do banco, divulgado esta semana em Frankfurt, assinala que a cotação média de 1,17 dólar em relação ao euro a longo prazo não prejudicaria a competitividade de preços dos produtos das nações que adotaram a moeda européia.

Também Pohl tranqüiliza os exportadores: "Um fator importante não está sendo levado em consideração. Quando o euro sobe, as exportações ficam mais caras, sim, mas ao mesmo tempo as importações ficam mais baratas, o que pode ser visto como compensação".

O recorde anterior no valor de referência do euro em relação ao dólar havia sido de 1,1901, registrado em maio último. O mais baixo, de 0,8252, é de outubro de 2000. Ao ser introduzida, em janeiro de 1999, a moeda comum européia valia 1,1789 dólar.