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Alunos afegãos visitam a Alemanha

Silke Bartlick/(rr)15 de setembro de 2004

Como parte do programa de aproximação cultural com países islâmicos, o governo alemão proporcionou o primeiro intercâmbio entre alunos alemães e afegãos. Os 19 primeiros visitantes ficaram positivamente impressionados.

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Escola Amani, em Cabul, uma das incentivadas pelo governo alemãoFoto: FAOK

O Ministério alemão das Relações Exteriores vem incentivando um contato maior com nações islâmicas. Agora, uma ajuda financeira do Estado da Saxônia permitiu que 19 alunos de nível colegial de Cabul pudessem conhecer o cotidiano em uma escola alemã.

Um deles é Ahmad Farhad. Com uma cicatriz no rosto que marca as lembranças da guerra na qual perdeu três irmãos, o jovem de 19 anos considera a oportunidade um milagre. O aluno da escola Amani, em Cabul, é um dos jovens afegãos que puderam experimentar como é estudar na Alemanha. De agosto a setembro, eles foram recebidos por famílias de Elsterberg e Chemnitz e puderam fazer ainda uma visita à cidade de Dresden.

"O fato de a gente ter vindo juntos para cá significa que garotos e garotas são iguais", concluiu a jovem Atifa Formuli, cujos olhos verdes ressaltam debaixo do turbante. Em Cabul, meninos e meninos só visitam os dois primeiros anos em regime conjunto. "Aqui podemos agora falar uns com os outros."

Ela estuda no ginásio feminino Aishe-e-Durani, uma das escolas que, como a Amani, são incentivadas pelo programa do governo alemão e oferecem o alemão como língua estrangeira. Dos alunos dessas escolas, os que obtiveram as melhoras notas foram escolhidos para passar a curta, porém significativa, temporada na Saxônia.

Alemães indisciplinados

"O mais legal foram os garotos de cabelos compridos e brincos", disse Masih Ullah Hamkar, de 16 anos. "E a roupa das meninas é completamente diferente." Mas ela não gostou da falta de disciplina dos alemães. "Os nossos alunos honram o professor."

O que estes jovens – que normalmente dividem a sala de aula com 60 outros alunos e, em caso de desobediência, até tapa na orelha levam – mais querem é aprender para poder um dia contribuir para a reconstrução do seu país. Para eles, a organização urbana das cidades alemãs, com sua mistura de prédios novos e antigos, seus jardins, lojas e auto-estradas, é sem dúvida impressionante. Mas eles estão mais interessados em investigar novos métodos de aprendizagem.

"Para mim foi uma surpresa ver como os alunos circulam de uma sala a outra. Os métodos de ensino aqui são muito desenvolvidos, tudo com computador e tecnologia", disse Mohammed Feisal. "Os alunos aqui podem ver as coisas, não apenas ler sobre elas nos livros, mas realmente vê-las. Lá a gente só lê os livros e decora."

Responsabilidade própria

De volta ao Afeganistão, Atifa vai poder contar a todos como alunos de outra parte do planeta aprendem. Que eles escutaram juntos uma música e que ela serviu de inspiração para que depois pintassem uma tela. "Eu percebi que aqui todos têm senso de responsabilidade. Por isso seu país é limpo e bonito", justificou Atifa. "Quando voltar, vou contar a todos para que nosso país também fique assim."

Para isso, muitos deles querem estudar fora de Cabul, especialmente na Alemanha. Porque "aqui há universidades e as pessoas nos receberam bem". Não importa que a cultura aqui seja tão diferente, "nós somos todos seres humanos."