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Ampliação da UE supera o nazismo e a Guerra

ef26 de abril de 2004

Comissário da ampliação, Günter Verheugen, vê a adesão de oito ex-países comunistas à UE como uma superação do nazismo e conseqüências da Guerra. Ele garante que tudo vai funcionar bem com 25 membros e todos vão lucrar.

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Günter Verheugen organizou o 'big bang' com sucessoFoto: AP

A adesão de oito ex-países comunistas do Leste Europeu, além de Malta e Chipre, à União Européia, neste 1º de maio, significa a superação definitiva das conseqüências do nazismo e da Segunda Guerra Mundial. Esta avaliação é do Comissário da Ampliação, o alemão Günter Verheugen, que organizou, com grande sucesso, a maior ampliação da história da comunidade integrada. A UE passa a ter 25 membros, e ele garante que vai continuar funcionando bem.

Em entrevista à Deutsche Welle, o político social-democrata fala das vantagens para os antigos e novos países membros, dos medos dos ricos europeus ocidentais. Ele cogita também a possibilidade de uma integração também da Turquia islâmica influenciar a democracia ocidental.

Data de 2002 a mudança decisiva que os chefes de Estado e de governo da UE aprovaram para a atual ampliação do bloco, com o ingresso de oito países do antigo bloco comunista do Leste Europeu (Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Eslováquia, Eslovênia, República Tcheca e Hungria), além de Malta e Chipre. Verheugen é um dos maiores responsáveis pela maior ampliação da história da comunidade européia, que ficou conhecida também como "big bang". Para ele, o 1º de maio de 2004 é uma data histórica:

"Significa que, mais de 50 anos depois, agora estão superadas as conseqüências do nazismo e da Segunda Guerra Mundial para esta parte da Europa. Para os países entre o Mar Báltico e o Mar Negro, começa um longo período de paz, de segurança e também de crescente bem-estar social".

EU Flaggen im Wind Symbolbild
Foto: European Community, 2004

Maior mercado mundial

- As instituição da UE em Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo estariam preparadas para conduzir a comunidade de 455 milhões de pessoas, que integram o maior mercado comum do planeta. Foi especialmente difícil preparar os antigos Estados comunistas, mas acabou dando certo, segundo Verheugen:

"Temos de reconhecer que estes países deram uma contribuição gigantesca, na medida em que transformaram totalmente os seus sistemas político, econômico e social, ao mesmo tempo em que se prepararam para a exigente adesão à UE. Não há dúvida de que haverá dificuldades de adaptação, que vão surgir problemas que nunca imaginamos antes. Mas podemos garantir que a União Européia vai continuar funcionando sem grandes dificuldade."

O Comissário da Ampliação reclama que os cidadãos estão menos afinados mentalmente com a ampliação do que as autoridades e o empresariado, tanto nos novos quanto nos antigos países-membros, onde os governos esclareceram pouco sobre o projeto europeu. Verheugen acha que é exagerado o medo dos europeus ocidentais de a mão-de-obra barata do Leste tomar os seus empregos e da exportação de empregos para países de impostos mais baixos.

Lucro para todos

- A propósito, Verheugen esclarece: "Os mercados já estão abertos há dez anos, mas nem todos na Alemanha sabem disso. As fronteiras não estão sendo abertas na madrugada de 1º de maio. A competitividade já existe há dez anos e mostrou vantagens para os dois lados".

A economia nos novatos tende a crescer muito mais rapidamente que nos antigos. Estes, por outro lado, lucram com o livre comércio e exportação para o Leste. Mas o "big bang" não acaba com a atual ampliação. Bulgária e Romênia têm grandes chances de ingressar na UE em 2007, segundo o Comissário da Ampliação:

"Os dois países precisam fizer grande progresso, mas temos de considerar que o ponto de partida para ambos foi muito mais difícil do que para os outros. Foi especialmente complicado para a Romênia. Eu compreendo que se critique muito este país, mas temos que levar em consideração que os romenos tiveram o regime comunista mais terrível, que foi o de Ceaucescu."

Depois dos ex-comunistas, os islâmicos

– A UE quer iniciar negociações também com a Croácia, e o Comissário da Ampliação vai apresentar a sua recomendação para a candidatura da polêmica Turquia, em setembro. Verheugen confessa que tem um pouco de medo, porque é uma questão de importância para a política mundial. "Trata-se do futuro da Turquia na Europa e no mundo ocidental, com efeito sobre as relações da democracia ocidental e de todo o mundo islâmico", justificou.

Verheugen admite que Ancara fez progressos, mas estaria mancando na aplicação das reformas democráticas. O governo alemão defende a aceitação da Turquia na UE. O francês, ao contrário, passou a rejeitar isto ultimamente. Para Günter Verheugen, uma adesão da Turquia e dos países dos Bálcãs seria a ampliação máxima possível da União Européia:

"Com exceção dos países bálticos, as fronteiras ocidentais da antiga União Soviética serão os extremos da UE no Leste ainda por muito tempo. Para muitos países situados atrás destas fronteiras, nós temos que oferecer outra política, que acabamos de desenvolver. É a chamada política de vizinhança européia e visa projetar nos Estados vizinhos a mesma proporção de estabilidade e bem-estar social que já alcançamos".