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Angela Merkel entusiasma convenção da CDU

Marion Andrea Strüssmann3 de dezembro de 2001

A presidente da União Democrata-Cristã, Angela Merkel, foi aplaudida por mais de seis minutos durante a convenção do partido, em Dresden. Ela melhorou suas chances de enfrentar Schröder nas eleições de 2002.

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A presidente da União Democrata Cristã (CDU), Angela Merkel, ao centro, recebe aplausos na convenção, em Dresden.Foto: AP

A presidente da União Democrata-Cristã (CDU), Angela Merkel, realizou um efusivo discurso, nesta segunda-feira em Dresden, conclamando os cerca de mil delegados presentes à convenção do partido para unirem esforços em prol da vitória nas próximas eleições, em 2002.

Após as denúncias de corrupção e donativos ilegais ao partido, Merkel deu por encerrada a fase de renovação interna da CDU e exigiu mais unidade entre o partido e seu parceiro na Baviera, a União Social-Cristã (CSU). "Meu objetivo não é perder, tendo a melhor posição de saída. Meu objetivo é ganhar as próximas eleições", frisou Merkel, deixando claro que a meta da CDU agora é voltar ao poder.

"Estamos de volta no ringue" - No início do próximo ano, ela tem encontro agendado com o presidente da CSU e governador da Baviera, Edmund Stoiber, para chegar a um consenso sobre a indicação do candidato que irá concorrer ao cargo de chanceler. A esse respeito, Merkel fez um alerta exigindo que os partidários apóiem incondicionalmente o futuro candidato.

Três anos após a derrota nas eleições de 1998, a CDU recuperou sua autoconfiança e capacidade de vislumbrar o futuro. "Nós estamos de volta no ringue da disputa política," afirmou a presidente do maior partido de oposição.

Nas 76 páginas de seu discurso, intitulado "Pessoas livres - País forte", Angela Merkel apresentou diretrizes para a campanha eleitoral. Seus destaques foram: segurança interna, política internacional, economia, impostos, mercado de trabalho, saúde, família, aposentadoria e imigração. Temas que a política alemã oriental considera primordiais para a sociedade alemã, pelo que o partido precisa ter uma posição definida em relação a eles.

O desgaste de Schröder - Neste sentido, a presidente da CDU não poupou o atual governo de coalizão e tampouco o chanceler federal, Gerhard Schröder. Merkel disse que os últimos três anos sob a coalizão entre o Partido Social Democrático e o Partido Verde resultaram na estagnação da sociedade, frustração das pessoas e recessão da economia.

Para ela, o governo joga os produtores contra os consumidores, médicos contra os pacientes e hospitais, crianças pobres contra crianças ricas e aposentados contra os jovens. Nunca um governo gastou sua energia tão rapidamente. "Nosso país merecia algo melhor."

Premier de riso irônico - Merkel também atacou o chanceler diretamente, acusando-o de não levar a sério a preocupação do povo e também de quebrar promessas. "A população da Alemanha não merece um chanceler com permanente riso irônico no comando do país." Ela acredita que seu partido será capaz de desbancar a atual coalizão de governo nas eleições de 2002.

Ao encerrar seu discurso, Merkel citou o ex-chanceler Helmut Kohl, lembrando que a Alemanha viveu 16 bons anos quando ele esteve no poder e que as acusações de corrupção contra o político se mostraram infundadas. A presidente da CDU salientou que o caminho para a vitória depende da união interna do membros do partido. Ela recordou que, nas eleições de 1994 Kohl conclamou todos a lutarem pela vitória, conseguindo sua reeleição.

Palmas e mais palmas - Os participantes da convenção da União Democrata-Cristã, reunidos nesta segunda-feira em Dresden, aplaudiram por mais de seis minutos a presidente do partido, Angela Merkel, após a leitura de seu discurso de uma hora e meia. Ela voltou ao palanque três vezes para agradecer a entusiástica salva de palmas.

A aceitação pode ser um indício de que Merkel venha a ser candidata do partido nas próximas eleições, caso Edmund Stoiber, presidente da CSU, não seja mais ovacionado que ela após seu discurso, programado para a terça-feira.