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Animais como terapia

17 de abril de 2009

O uso de animais para a ressocialização de delinquentes juvenis em centros de detenção é apontado como positivo em estudo feito por um criminologista alemão.

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Ovelha é um dos animais usados no trabalho com jovens infratoresFoto: picture-alliance/ dpa

Em um país com histórico de massacres em escolas protagonizados por adolescentes armados, cresce a procura por métodos eficazes de reabilitação social e reintegração de delinquentes juvenis. O objetivo é atingir jovens com problemas de conduta.

No estudo intitulado Tiere im Strafvollzug (Animais no regime penitenciário), feito pelo criminologista Hans-Dieter Schwind, da Universidade de Osnabrück, é sustentada a ideia de que a presença de animais na cadeia melhore o comportamento dos detentos.

Acredita-se que o contato com os animais ajude os infratores a adquirirem responsabilidade e, sobretudo, os ensine a criar laços afetivos, muitas vezes esquecidos no cotidiano onde estão ou estavam inseridos.

Pôneis, ovelhas e cabras

Hans-Dieter Schwind, Mitglied des Bundesvorstands "Weißer Ring",
Hans-Dieter Schwind, criminologista e autor do estudoFoto: dpa/picture-alliance

A terapia já é aplicada em algumas penitenciárias juvenis da Alemanha, usando os mais diferentes tipos de animais. Na de Neustrelitz, cidade localizada no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, vivem pôneis, ovelhas e cabras em uma área de 10 mil metros quadrados.

Já na prisão juvenil de Vechta, na Baixa Saxônia, existe um cercado de 6 mil metros quadrados onde ficam patos e galinhas, também usados neste tipo de tratamento. Em Gross-Hesepe, não muito distante dali, são criados coelhos e gatos, além de 70 patos selvagens.

"A terapia pedagógica que usa animais promete resultados positivos, principalmente junto aos jovens encarcerados, já que nessas prisões reúnem-se, com frequência, pessoas com problemas de conduta e dificuldade de adaptação social", ressalta Schwind.

Empatia

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Cães também integram grupo de 'companheiros terapêuticos' dos detentosFoto: DW-TV

E é justamente para ajudar na integração destes jovens, para que passem a ver a vida de maneira mais humana, que entram em cena os "companheiros terapêuticos".

Eles reduziriam os sentimentos negativos, como a monotonia e a depressão, incentivariam a constituição da responsabilidade para com o outro, trabalhariam o fortalecimento do laço afetivo através do diálogo não verbal e promoveriam as habilidades sociais, como a paciência e a tolerância da frustração.

Na penitenciária juvenil de Neustrelitz, por exemplo, cada um dos animais fica sob os cuidados de dois detentos. As visitas ocorrem em diferentes horários e, durante o tempo livre, os presos têm a liberdade de brincar com os bichos.

Fenômeno antigo

A terapia com animais em prisões não é um fenômeno novo na Alemanha. A primeira iniciativa pedagógica deste tipo data de 1989 e ocorreu na prisão juvenil de Vechta, na Baixa Saxônia.

Entretanto, no país, esta forma de tratamento ainda é pouco frequente se comparada à dos Estados Unidos, onde o uso de animais nas cadeias tem um histórico muito mais longo.

Autora: Lydia Aranda Barandiain/Caroline Eidt

Revisão: Roselaine Wandscheer