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Antigo teatro de Goethe mantém sua autonomia

Alessandra Andrade21 de fevereiro de 2002

A resistência popular ajudou o Teatro Nacional de Weimar a escapar de uma fusão com o de Erfurt, para conter gastos. A Câmara Municipal rejeitou a união forçada. A solução agora será sua privatização.

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Estátua de Goethe e Schiller diante do Teatro Nacional de WeimarFoto: DW

Encerraram-se finalmente as discussões sobre a fusão do Teatro Nacional Alemão de Weimar e o Teatro de Erfurt. Na noite de quarta-feira (20), a Câmara Muncipal da cidade em que Goethe morou durante muitos anos, recusou por unanimidade a medida. Em contrapartida, foi aceita a proposta de privatização da tradicional casa de espetáculos, sugerida pelo próprio diretor do Teatro Nacional, Stephan Märki.

O governo estadual da Turíngia propôs a fusão para solucionar os problemas financeiros do Teatro Nacional, endividado com o pagamento de altos salários para seus funcionários. Porém, a proposta foi desde o começo fervorosamente criticada, provocando protestos em Weimar.

Contrário à união dos teatros, Märki apresentou a sua proposta de privatização na véspera da votação. Para ele, a junção das casas de espetáculos "representaria uma total perda de qualidade". Os favoráveis à independência do Teatro Nacional alegavam que a medida colocaria em risco a autenticidade do tradicional teatro, que durante 25 anos foi dirigido por Goethe.

De acordo com a resolução dos vereadores de Weimar, tanto o Teatro Nacional como a sua orquestra serão privatizados. A casa de espetáculos, então, não precisa respeitar os acordos salariais da Associação dos Teatros Alemães. Com essa medida, pretende-se reduzir os salários de grande parte dos funcionários.

Críticas –

A proposta de Stephan Märki foi primeiramente criticada pelo diretor da Associação dos Teatros Alemães, Rolf Bolwin, que a considerou "pouco séria e sem base nos fatos". Segundo ele, a única maneira de se economizar para saldar dívidas milionárias é reduzir os salários drasticamente e a longo prazo.

O próprio exemplo mencionado por Stephan Märki, para embasar a sua proposta de privatização, foi contestado. Ele citou o teatro Berliner Esemble, que em 1992 deixou de ser estatal e passou a ser uma instituição privada, subsidiada pelo governo. Porém "esqueceu-se" de citar que a medida não reduziu os subsídios para a casa de espetáculos, pelo contrário, só aumentou.