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Após ciclone, Vanuatu enfrenta escassez de alimentos

17 de março de 2015

Dimensões da tragédia ficam claras à medida que equipes internacionais de resgate chegam aos locais mais afetados. Número de mortos é revisto e soma 11 pessoas.

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Vanuatu Zerstörung durch Zyklon Pam
Foto: CARE

O governo de Vanuatu alertou nesta terça-feira (17/03) que o país está à beira de uma escassez de alimentos, três dias após um dos mais fortes ciclones já registrados na região ter devastado o arquipélago no sul do Pacífico.

Agências de resgate afirmaram que as condições estão entre as piores já enfrentadas. O presidente de Vanuatu, Baldwin Lonsdale, fez um apelo por ajuda internacional, após a tempestade tropical Pam, com ventos de até 320 quilômetros por hora, ter arrasado a região.

Até a manhã desta terça-feira, 11 mortes haviam sido registradas. O número anterior, de 24 mortos, foi revisto para baixo pelas Nações Unidas, depois de se perceber que algumas vítimas foram contadas duas vezes. Mas as equipes de resgate alertam que o número deverá subir de novo, à medida em que elas chegarem aos locais mais afetados.

As dimensões do desastre puderam ser comprovadas após a chegada da primeira equipe internacional de resgate à ilha de Tanna, ao sul da capital Port Vila e onde moram cerca de 30 mil pessoas. "A impressão inicial é de que os danos são significativamente maiores do que na capital", afirmou Tom Perry, da organização humanitária Care Austrália. Ele disse que o hospital ainda funciona, apesar de o teto ter sido destruído.

A ministra australiana do Exterior, Julie Bishop, disse que aeronaves de reconhecimento da Força Aérea da Austrália "confirmaram danos significativos nas ilhas do sul" do arquipélago. "Especialmente na ilha de Tanna, onde aparentemente mais de 80% das casas e edifícios foram parcialmente ou totalmente destruídos. Não apenas os edifícios estavam no chão, mas também plantações, árvores. É um cenário muito devastador".

As comunicações com grande parte das outras 80 ilhas do arquipélago, a maioria acessível apenas por barco, ainda estavam interrompidas. Benjamin Shing, do gabinete do presidente, alertou que os sobreviventes deverão rapidamente ficar sem alimentos. "Após a primeira semana, teremos que enviar alimentos a essas localidades", afirmou.

O especialista em situações de emergência do Unicef, Mioh Nemoto, também expressou preocupação com a falta de alimentos. "A segurança alimentar deverá ser um problema contínuo, temos que pensar como deixar as crianças bem alimentadas". A organização estima que 60 mil crianças tenham sido afetadas pelo ciclone e que praticamente todas as escolas estariam fechadas.

RC/ap/afp