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Apelo aos sentidos: exposição mostra naturezas mortas da escola flamenga

lk2 de setembro de 2002

Mais de 100 obras criadas entre 1550 e 1680 e agora expostas em Essen documentam a época dourada da natureza morta na pintura flamenga.

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A ilusão é perfeita: mesas cuidadosamente postas, com porcelanas e cristais cintilantes, arranjos de flores e frutos viçosos, peixes e presuntos apetitosos, parecem convidar o observador para um banquete prestes a se realizar. Notas musicais refletindo-se sobre as superfícies polidas de móveis de estilo e os instrumentos a postos parecem esperar pelos músicos que vão iniciar um concerto.

O mundo barroco está de volta à Villa Hügel, em Essen, por meio de 110 quadros pintados entre 1550 e 1680 em ateliês de Antuérpia e Amsterdã e agora expostos na mostra intitulada Razão e Sensibilidade — A natureza morta flamenga (Sinn und Sinnlichkeit — Das flämische Stilleben).

Para além da reprodução da natureza

Entre os autores das obras, nomes sonoros como o de Jan Breughel o Velho, Peter Paul Rubens, Jan Fyt e Adriaen van Utrecht, pintores cujos quadros já valiam uma fortuna na época em que viviam. Um quadro de flores de Breughel, por exemplo, valia tanto quanto uma casa, afirma o curador da mostra, Klaus Ertz.

Os artistas que se dedicavam à natureza morta nos séculos 16 e 17 viam-se como cronistas de sua época. Eles pintavam a natureza, mas reproduziam muito mais do que ela: seus arranjos têm muitas vezes a força de alegorias. A abundância é contraposta à miséria; a idéia da efemeridade está sempre presente na imagem do viço; o erotismo, próximo da morte. Mitos da Antigüidade ecoam em algumas composições, enquanto outras retratam as então novas conquistas científicas.

A mostra, que pode ser visitada até 8 de dezembro, compõe-se de empréstimos disponibilizados por grandes museus internacionais: o Prado de Madri, o Louvre de Paris, o J. Paul Getty de Los Angeles, a Galeria Nacional de Praga, o Rijksmuseum de Amsterdã, entre outros. Uma visita virtual por meio de um clique no bem elaborado site do Instituto da História da Arte da Universidade de Bochum também vale a pena.