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Apelo por webjornalistas presos no Irã

ia (av)24 de outubro de 2004

O governo de Teerã faz uma investida maciça contra a imprensa de oposição. Repórteres sem Fronteiras e 21 jornais online protestam contra a prisão de importantes jornalistas e blogueiros pró-reformas.

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Jornalistas do jornal iraniano 'Neschat'Foto: dpa

Nas últimas semanas seis jornalistas e blogueiros conhecidos foram presos no Irã, sob a acusação de colaborar com jornais online pró-reformas. Cinco deles ainda permanecem detidos. Num apelo conjunto com a organização Repórteres sem Fronteiras, 21 publicações internacionais da internet exigem a libertação dos jornalistas iranianos.

A DW-WORLD também participa desse apelo. "Estamos solidários com nossos colegas iranianos. Eles foram presos simplesmente por exercer sua profissão", declararam os veículos europeus. "Como a internet é uma fonte de informação básica, a proteção incondicional dos jornalistas e das publicações online faz parte da defesa da liberdade de opinião".

Os signatários da petição são:

  • Alemanha: dw-world.de, spiegel.de, sueddeutsche.de, netzeitung.de, politik-digital.de, telepolis.de
  • França: courrierinternational.com, lefigaro.fr, lemonde.fr, nouvelobs.com, lexpres.fr, telerama.fr
  • Espanha: elpais.es, elmundo.es, abc.es, larazon.es, lavanguarda.es, elperiodico.com, periodistas-es.org, pressnetweb.com
  • Itália: internazionale.it
  • Reino Unido: bbc.co.uk

Quem são os presos?

Javad Gholam Tamayomi foi detido em 18 de outubro, após atender intimação da Promotoria Federal em Teerã. Tamayomi trabalha para o jornal Mardomsalari (Democracia).

Omid Memarian, preso em 10 de outubro, é um blogueiro conhecido, que vinha comentando a situação da democracia e sociedade em seu país, especialmente no tocante aos jovens. Ele é acusado de escrever artigos para diversos sites de oposição.

Shahram Rafihzadeh foi diretor da seção de literatura do jornal pró-reforma Eternad (Confiança). Foi detido em 7 de setembro, provavelmente pela Polícia de Costumes, uma divisão da Polícia de Teerã que trabalha em conjunto com o Serviço Secreto. Seu colega Rozbeh Ebrahimi, antigo redator do Eternad, foi preso em 27 de setembro, em sua própria casa.

Hanif Mazroi, ex-colaborador de diversos jornais reformistas, foi preso em 8 de setembro, após atender intimação da 9ª Câmara da Promotoria Federal de Teerã.

Babak Ghafori Azar, preso em 7 de setembro por suspeita de escrever para sites de notícias oposicionistas, já está em liberdade.

O regime iraniano acusa os jornalistas de "propaganda contra o regime, ameaça à segurança nacional, incitação à rebelião e desacato a figuras de liderança do regime". Eles estão proibidos de manter contato com a família ou conselheiros legais. Alguns deles deverão comparecer em breve diante do tribunal em Teerã, afirmou porta-voz do Ministério da Justiça iraniano, Jamal Karamirad.

Internet, último bastião da liberdade de imprensa

A organização pelos direitos humanos Repórteres sem Fronteiras (RSF) condena severamente as prisões. "Num país onde a imprensa independente tem que lutar a cada dia pela sobrevivência, o jornalismo online e os blogs caíram nas mãos das autoridades." A poucos meses das eleições presidenciais (marcadas para junho de 2005), os detentores do poder no Irã tentam desta forma inspirar maciçamente medo e terror entre os jornalistas online.

A televisão, rádio e imprensa escrita iranianas estão sob o estrito controle do governo, portanto os sites de internet não censurados são as únicas fontes de informação independentes. Além disso, não é tão fácil censurar ou proibir a mídia online. Segundo a RSF, mais de dez periódicos online e blogs políticos foram bloqueados nas últimas semanas.