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Após susto, economia alemã dá sinais de recuperação

15 de fevereiro de 2013

Com mercado de trabalho robusto e se beneficiando da força dos emergentes, Alemanha deixa para trás leve retração registrada no final de 2012, e economistas e empresários passam a olhar com otimismo para o novo ano.

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Ein Werbeplakat zum Ende der Krise und einem beginnenden Aufschwung klebt am Dienstag (19.10,2010) in Berlin auf dem S-Bahnhof Alexanderplatz an Treppenstufen. Es handelt sich um eine Initiative des Wirtschaftsministeriums und der Gründerwoche Deutschland zur Existenzgründung. Foto: Jens Kalaene dpa/lbn
Foto: picture alliance/dpa

A economia alemã superou o susto do fim do ano passado. Para economistas e empresários, a mais profunda retração econômica desde o início da crise já é passado. "Há uma série de indícios de uma impressionante reversão da conjuntura", afirma, confiante, o economista Andreas Rees, do banco Unicredit. No mesmo tom se manifesta o especialista Simon Junker, do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW): "A indústria superou a depressão e começou bem o ano".

No último trimestre de 2012, a economia alemã registrou contração de 0,6% em relação aos três meses anteriores, mesmo percentual registrado na zona do euro, que, desde o início de 2012, encontra-se em recessão. Mas as nuvens mais escuras derivadas da crise da dívida e de uma conjuntura econômica mais fraca foram, por enquanto, dissipadas.

E, como nenhum outro país, a Alemanha, segundo maior exportador do mundo, lucra com o crescimento de outras regiões do planeta. A favor de um rápido crescimento alemão conta o fato de, após um 2012 fraco, as perspectivas terem clareado em importantes mercados emergentes.

"A previsão é de que a economia chinesa cresça 8,3% neste ano e até 9% em 2014. Para a Índia, o prognóstico é de uma expansão de entre 6% e 7,5%", apontou um estudo da consultoria Ernst & Young. Também na América do Sul os números indicam crescimento.

Investimentos retomados

Na opinião de Ulrich Kater, chefe de economia política do Dekabank, a reversão foi iniciada pelo Banco Central Europeu (BCE): "Em setembro, o BCE se posicionou fortemente em apoio à moeda única, e essa mensagem chegou até o fim do ano aos mercados e à economia. A confiança está presente novamente".

Isso é extremamente importante – não só para o mercado financeiro, como também para os empresários, que, diante da incerteza sobre as consequências da crise financeira, adiaram seus investimentos e, com isso, frearam a economia.

Germany's Economy Minister Philipp Roesler attends the annual meeting of the World Economic Forum (WEF) in Davos January 25, 2013. REUTERS/Pascal Lauener (SWITZERLAND - Tags: POLITICS BUSINESS HEADSHOT)
O ministro das Finanças Philipp Rösler: consumo interno será motor da economiaFoto: Reuters

"Como o medo do pior cenário para a zona do euro claramente diminuiu, é bem provável que as empresas voltem a descobrir o prazer de investir", opina Rees.

Comparada a seus parceiros europeus, a Alemanha tem outra carta na manga. Enquanto o desemprego na Espanha, em Portugal e na Grécia toma proporções alarmantes, o mercado de trabalho alemão é extremamente estável. O ministro das Finanças alemão, Philipp Rösler, espera que o consumo interno possa ser chave para a economia em 2013. "A favor disso falam não só o mercado de trabalho robusto e a evolução dos salários e da renda. O emprego também aumentou, apesar de um quarto trimestre fraco", afirmou.

Ressalvas

Recentemente, consumidores e a indústria voltaram a olhar com mais otimismo para o futuro na Alemanha. Para 2013, a Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK) espera um crescimento de 0,7%. "O ano de 2013 tem força para ser bom para a economia", disse Martin Wansleben, gerente-geral da DIHK.

As empresas esperam que as exportações voltem a ganhar força. E, com isso, os investimentos congelados em 2012 seriam retomados.

Nem todos os observadores, no entanto, compartilham desse otimismo. Mesmo que o BCE tenha acalmado os mercados e as maiores preocupações com as consequências da crise da dívida tenham desaparecido, a autoridade monetária europeia apenas ganhou tempo para que os países em crise possam fazer o dever de casa.

SOS-Zeichen an einer Notrufsäule umrahmen am 21.12.2011 das Euro-Zeichen vor der Europäischen Zentralbank (EZB) in Frankfurt am Main. «Rettungsroutine» ist das Wort des Jahres 2012. Es stehe für die immer wiederkehrenden Maßnahmen zur Rettung des Finanzsystems, begründete die Gesellschaft für deutsche Sprache am Freitag in Wiesbaden ihre Wahl. Foto: Boris Roessler/dpa +++(c) dpa - Bildfunk+++ pixel Schlagworte Euro-Symbol , SOS , Schriftzug , .Sprache , Stern , .Gesellschaft , Eurozeichen , schild
Banco Central Europeu conseguiu acalmar mercados

Analistas do banco Bankhaus Metzler alertam: "Uma dívida pública extrema e a impotência política prejudicam o desenvolvimento econômico nas nações industrializadas – tendências à recessão não estão descartadas".

Segundo os especialistas, as medidas de austeridade ainda pesam sobre a evolução da economia: "Diante do crescente índice de desemprego nos países em crise, não é preciso ser profeta para prever que crescerá a pressão das ruas contra as reformas em curso e por um programa de austeridade mais brando".

Autor: Harald Schmidt (rpr)
Revisão: Alexandre Schossler