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Asteroide inesperado passa perto da Terra

Helene Märzhäuser av
18 de abril de 2018

Poucas horas depois de ser descoberto pela Nasa, corpo celeste do tamanho de um campo de futebol cruza os céus a distância menor que a que separa o planeta da Lua. Astrônomos discutem perigos de descobertas tardias.

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Simulação digital do trajeto do asteroide 2018 CB
Simulação digital do trajeto do asteroide 2018 CB Foto: picture-alliance/dpa/NASA

No último fim de semana, astrônomos foram pegos de surpresa. Apenas 21 horas depois de ser descoberto por especialistas da Nasa no Arizona, um asteroide de grandes proporções passou a somente 200 mil quilômetros da Terra, o que equivale à metade da distância que nos separa da Lua. Batizado de 2018 GE3, o asteroide tem um diâmetro estimado de 50 a 100 metros.

Trata-se do segundo acontecimento do tipo neste ano. Em 9 de fevereiro, o asteroide 2018 CB, com diâmetro de 20 a 40 metros, passou pela Terra – muito mais perto que o do último fim de semana: 64.500 quilômetros. Mas no caso do 2018 CB, ele foi descoberto alguns dias antes de chegar próximo ao planeta.

Astrônomos vasculham o céu dia e noite, buscando objetos desconhecidos próximos da Terra. Telescópios varrem o firmamento automaticamente, mas é possível que asteroides menores, com diâmetros de 20 a 100 metros, escapem ao radar.

"Esses objetos menores só são detectados quando já chegaram relativamente perto da Terra", explica o astrônomo Manfred Gaida, do Centro Aeroespacial Alemão (DLR), com sede em Bonn.

No entanto, não é só tamanho que determina com quanta antecedência e precisão os astrônomos detectam novos corpos celestes: também a direção de onde partem tem um papel decisivo. Quando vêm no sentido contrário ao do Sol, refletem seus raios, tendo mais probabilidade de serem descobertos do que se vêm diretamente de onde a estrela se encontra.

"Do ponto de vista humano, é antes um acaso quando se descobrem tais objetos próximos da Terra", afirma Gaida.

O 2018 CB pertence ao grupo dos asteroides Apolo, que cruzam a órbita terrestre em dois pontos. A descoberta acidental de que ele passou tão perto da Terra é certamente uma peculiaridade estatística, mas que não representa qualquer perigo.

Tempo para afastar os perigos maiores

No caso do asteroide Apophis, o sistema de radar dos astrônomos funcionou bem mais cedo. Segundo cálculos, em 13 de abril de 2029 ele passará perto do planeta abaixo do cinturão de satélites geoestacionários, portanto bem mais perto do que os dois asteroides que surprenderam astrônomos neste ano.

Além disso, com 300 metros de diâmetro, o Apophis é mais de 100 vezes maior do que o 2018 CB e mais de três vezes maior que o 2018 GE3. Para os seres humanos contudo, mesmo munidos de binóculos, ele não passará de um ponto mínimo no céu.

Um asteroide do tamanho do recém-detectado 2018 GE3 poderia provocar danos significativos, sobretudo se caísse sobre uma área habitada. Supõe-se que ele seja maior que o que provocou o chamado Evento de Tunguska, em 1908. Na época, milhões de árvores caíram após uma explosão na Sibéria. Estima-se que a energia da explosão de Tunguska tenha sido até mil vezes maior que a da bomba atômica de Hiroshima.

Gaida reconhece que "realmente emocionante é detectar objetos que trazem consequências catastróficas ao se chocar contra a Terra". Mas não há razão para pânico: quando pesquisadores descobrem asteroides perigosos assim, pode levar de dez a 15 anos até eles chegarem ao nosso planeta.

O astrônomo Detlef Koschny, da Agência Espacial Europeia (ESA), está seguro de que, nesse caso, haveria tempo suficiente para desviar um desses corpos celestes ameaçadores. Para tal, bastaria enviar uma grande massa para se chocar com ele, tirando-o minimamente de órbita. O tempo que ele ainda teria para voar garantiria que não atingisse a Terra.

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