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Atentados nos EUA marcaram nova era para resseguradoras

Augusto Valente29 de novembro de 2001

Os atos de terror que destruíram o WTC impuseram uma nova forma de pensar para as firmas que garantem as seguradoras.

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O dia 11 de setembro revolucionou o setor de seguros. De um lado, os atentados contra o World Trade Center e o Pentágono superaram os piores temores dos especialistas, tornando obsoletos todos os seus modelos de cálculo. De outro, a tragédia deu ao setor bons argumentos para, finalmente, impor os aumentos que desejavam há muito tempo.

Segundo Hans-Jürgen Schinzler, presidente da Münchener Rück, a maior resseguradora do mundo, "cresce a aceitação para prêmios condizentes com os riscos e os serviços". Uma faca de dois gumes: para as pequenas seguradoras a mudança pode representar um golpe fatal, mas os gigantes do setor têm boas chances de lucrar com as novas condições. A Rück já conta com um recorde de faturamento em 2002, apesar dos 2,1 bilhões de euros que perdeu com os atos terroristas. Em 2000, a empresa apresentou um superávit de 1,75 bilhão de euros.

Para as seguradoras, os aumentos chegam em boa hora, já que seus ganhos com ações caíram devido ao fraco desempenho do mercado de valores. Porém, para os segurados, as perspectivas são bastante salgadas: a Münchener Rück promete um acréscimo de, no mínimo, 40% para seus clientes da área industrial. Já os grandes segurados de sua concorrente Allianz terão que arcar com prêmios até 200% mais elevados, conforme o grau de risco.

Por sua vez, as resseguradoras exigirão bem mais de suas clientes, como lembrou Schinzler. No total, a firma de Munique subirá seus prêmios em 25%, incluídos os riscos de terrorismo. Estes só serão cobertos caso o cliente deseje expressamente. Além disso, a Rück reserva-se um prazo de rescisão de duas semanas. Isso lhe permitirá anular o contrato rapidamente, no caso de uma série de atentados. A multinacional aconselha que as seguradoras, suas clientes, restrinjam, por sua vez, o prazo de anulação a uma semana.