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Avanços alemães na pesquisa de biomateriais

(rw)27 de dezembro de 2004

Cientistas de Essen patentearam uma nova proteína que se decompõe quando fixada em implantes. Desta forma, ela incentiva a produção de células-tronco adultas, acelerando a formação óssea em volta de um implante.

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Cultura de células ósseas em laboratório de DresdenFoto: AP

Em suas pesquisas para aumentar a tolerância de implantes de metal em cirurgias ortopédicas e de reconstituição, o professor Herbert Jennissen e sua equipe no Departamento de Química Fisiológica da Clínica Universitária de Essen, no oeste alemão, desenvolveram um novo tipo de proteína morfogenética óssea (do inglês Bone Morphogenetic Protein – BMP, proteína que estimula o desenvolvimento do tecido ósseo).

A descoberta, denominada BMP 2, teoricamente pode começar a ser testada clinicamente até o final de 2005. O professor Jennissen espera que até 2008 o produto possa ser colocado no mercado, provavelmente na área de implantes dentários. Atendendo a uma sugestão do Ministério da Ciência e Pesquisa, a descoberta foi patenteada e, exclusivamente para seu desenvolvimento, o grupo de cientistas criou a empresa Morphoplant.

Proteína atrai células-tronco

O que diferencia a BMP 2 de sua antecessora é que ela é desenvolvida em uma bactéria, através de técnicas de manipulação genética. A proteína resultante é fixada quimicamente na superfície de implantes metálicos.

Por ser liberada em parcelas − e não de uma vez só −, atrai células-tronco, que por sua vez aceleram a formação óssea em volta do implante. Nos testes com animais de laboratório, uma brecha de um milímetro de largura foi fechada com tecido ósseo no período de apenas quatro semanas. "Sob circunstâncias normais, o osso não consegue fechar uma fenda destas", explica o chefe da equipe de cientistas.

A esperança com os biomateriais

Laserprüfung im Labor
Raio laser testa implante de quadril de cerâmica e titânio no laboratório do Centro Max Bergmann de Biomateriais em DresdenFoto: AP

Os biomateriais são elementos artificiais usados na medicina para substituir ou ajudar a recompor partes orgânicas doentes ou destruídas em acidentes. Seu grande desafio é a rejeição, já que o corpo humano está programado para combater "invasores".

A cada ano são implantados na Alemanha mais de 150 mil joelhos ou quadris artificiais. Em questão de dez anos, no entanto, cerca de 5% deles ficam frouxos e incapacitados de desempenhar sua função. A fim de minimizar este problema, a ciência procura otimizar os biomateriais, que podem ser metálicos, cerâmicos, orgânicos, entre outros.

Alfons Fischer, professor na Universidade de Duisburg, explica os princípios do implante: "Não é obrigatório que sejam materiais naturais. Até polímeros funcionam em meio biológico, desde que o corpo não note e rejeite o material".

Também as propriedades dos biomateriais podem causar complicações. No caso de desgastarem muito rapidamente, por exemplo. Fischer destaca as experiências positivas feitas com os chamados polímeros cross link, que, segundo ele, dispõem de extraordinárias propriedades mecânicas.