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Babcock Borsig ameaçada de insolvência

3 de julho de 2002

Governador da Renânia do Norte convoca reunião de crise para salvar multinacional da engenharia industrial, com subsidiária em São Paulo.

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Wolfgang Clement, governador da Renânia do Norte-VestfáliaFoto: AP

O governo do estado da Renânia do Norte-Vestfália realizou, nesta quarta-feira (03), um último esforço para resgatar a tradicional fabricante de maquinaria industrial Babcock Borsig. Neste dia esgota-se o prazo – já alargado – para a multinacional reunir os 200 milhões de euros, sem os quais não poderá pagar os salários de junho, sendo forçada a declarar insolvência. O grupo emprega, em todo mundo, 22 mil funcionários. No Brasil está representado pela Babcock Borsig Power do Brasil Ltd, sediada em São Paulo.

A Babcock tem oito mil empregados na Renânia do Norte, 1500 dos quais protestaram na terça-feira, diante da Câmara estadual. O governador Wofgang Clement convocou para a reunião de crise na capital Düsseldorf os principais bancos credores e acionistas do grupo, além de dois dos seus secretários e de representantes da empresa. Apesar de intensas negociações entre os bancos – um consórcio formado pelo WestLB, Deutsche Bank, Dresdner Bank, Commerzbank, BHF-Bank e HypoVereinsbank –, não foi aprovado o programa de reestruturação da empresa, proposto pelo consultor de negócios Roland Berger.

Este plano envolve a redistribuição de cerca de metade das atividades da Babcock e um deslocamento de foco para a tecnologia energética. Sua implementação custaria 500 milhões de euros, além de reduzir o faturamento anual da empresa para 2,5 bilhões de euros. Dentre os acionistas da Babcock, somente o WestLB e a Tui AG (antiga Preussag) manifestaram-se dispostos a arcar com o acréscimo de capital. Tal acréscimo seria indispensável, já que os prejuízos deste ano consumirão todas as reservas do grupo.

Apesar de todo aparente empenho, o governador Clement declarou-se de mãos atadas. Qualquer apoio financeiro excedendo os 35 milhões de euros de garantia estadual, já concedidos, requer aprovação pela Comissão da União Européia. Fontes dos meios bancários de Frankfurt rebatem que Clement deveria ter agido muito mais cedo, caso fosse séria sua intenção de salvar a Babcock. Assim, este encontro de último minuto não passaria de uma manobra para transferir a responsabilidade pelo colapso do grupo para as instituições bancárias.

(av)