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Baixa velocidade na indústria automobilística

(sv)15 de julho de 2004

Ao contrário da tendência positiva no mercado europeu, na Alemanha foram vendidos menos carros novos no primeiro semestre de 2004. Nas montadoras do país, a máxima é conter despesas. Dia de protesto na DaimlerChrysler

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Veículos à espera da exportação no porto de BremerhavenFoto: AP

Na Alemanha, o maior mercado europeu de automóveis, foi registrada nos primeiros seis meses de 2004 uma redução de 1,3% no volume de vendas de veículos novos. Em junho, no entanto, as montadoras nacionais contabilizaram um aumento de 4% nas vendas. Nos outros 15 países que já pertenciam à União Européia antes de sua última ampliação, o número de veículos novos aponta, no mesmo período, para uma recuperação da conjuntura.

"Não desistimos dos prognósticos para o ano de 2004 e esperamos um balanço no mercado interno ao nível do ano anterior", diz Bernd Gottschalk, presidente da Federação da Indústria Automobilística Alemã (VDA). Se o número de emplacamentos de veículos novos – 310 mil – superou as previsões com base no ano anterior, a contagem dos dias úteis em junho deste ano aponta para uma retração real de 6% do volume de vendas.

Salvos pelas exportações

Originariamente, a VDA havia previsto para o ano de 2004 um total de 3,35 milhões de veículos novos no mercado alemão. No momento, os prognósticos já foram reduzidos ao volume do ano anterior – 3,24 milhões de unidades. "O ano de 2004 será o quinto de estagnação consecutiva", observou Ferdinand Dudenhöffer, diretor do Centro de Pesquisa Automobilística, à edição alemã do diário Financial Times.

Atualmente, a Alemanha é, ao lado da Suécia, a "lanterninha" no ranking de emplacamentos de veículos novos nos países "antigos" da UE. Segundo a VDA, a demanda do exterior ainda irá assegurar um nível de produção semelhante ao do ano anterior.

A retração no mercado interno no primeiro semestre de 2004 foi, por exemplo, equilibrada por um aumento nas exportações no mesmo período. "A válvula da exportação nos ajuda, mais uma vez, a atingir um aumento na produção, apesar dos rombos no mercado interno", acentua Gottschalk.

Transferência da produção para o exterior

Especialistas acreditam que, em um futuro próximo, as exportações podem não mais garantir os empregos no setor. Em conseqüência da acirrada concorrência no mercado europeu, um número cada vez maior de montadoras opta por transferir suas unidades de produção para o exterior, principalmente para os países do Leste Europeu, recém-ingressados na UE.

Os baixos custos de produção nesta região são o principal atrativo para os grandes do setor. Recentemente, a General Motors resolveu transferir a produção da nova geração do Zafira da Alemanha para a Polônia. A DamilerChrysler já anunciou que pode vir a transferir parte de sua produção de Sindelfingen para a África do Sul, caso não se chegue a um consenso com os sindicatos nas negociações do acordo coletivo. A ameaça levou os funcionários a convocarem um dia nacional de protesto, nesta quinta-feira (15/7), com a mobilização de 80 mil trabalhadores em todas as unidades do país.

Demonstration bei Daimler in Bremen
Milhares de operários da DaimlerChrysler paralisaram o trabalho por duas horas em BremenFoto: AP

Empregos na corda bamba

Na Volkswagen, foram instaurados vários programas de contenção de despesas, com o objetivo de evitar tais deslocamentos na produção. O diretor de Recursos Humanos da montadora, Peter Harz, anunciou há pouco uma drástica redução nos custos com pessoal. Para o início do segundo semestre deste ano, espera-se os resultados das negociações entre a montadora e os sindicatos, para uma redefinição de salários e condições de trabalho.

Até então, os funcionários da Volkswagen vão desfrutar de um período maior "de pernas para o ar". Em função da fraca conjuntura, as esteiras da montadora em Wolfsburg devem ficar paradas durante quatro semanas este ano, ao invés das costumeiras três semanas de férias coletivas. Sinal de que os motores da indústria automobilística não estão mesmo engatando como se gostaria.