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Banda alemã Sizarr é a grande aposta da música alternativa para 2013

29 de dezembro de 2012

No seu aclamado disco de estreia, "Psycho Boy Happy", os integrantes do Sizarr conseguiram criar canções pop que equilibram experimentalismo e ritmos dançantes.

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Foto: Sizarr

Não é algo que acontece com tanta frequência, mas às vezes aparece uma banda surpreendente como o Sizarr. Os jovens músicos conseguiram um feito raro para uma banda alemã. Eles não apenas são os queridinhos da imprensa especializada, como também criaram uma sonoridade única e criativa, que a própria banda define como um ménage à trois entre o hip hop dos anos 1990, o indie rock e a música eletrônica.

Os integrantes da banda dizem que tiveram diversas fases durante a adolescência, ouvindo de música eletrônica ao hardcore, o que ajudou a moldar a música que fazem hoje. "Nosso som é o resultado do que entrou na nossa cabeça desde que começamos a ouvir música", disse o vocalista e guitarrista Fabian Altstötter em entrevista à DW Brasil.

Cidade pequena, mas sem fronteiras

Os três integrantes do Sizarr – Fabian Altstötter (19 anos), Philipp Hülsenbeck (20) e Marc Übel (20) – cresceram juntos em Landau, uma pequena cidade de 3 mil habitantes na fronteira da Alemanha com a França.

Porém, viver numa cidade pequena nunca foi um problema para os meninos. "Estávamos em contato com a natureza e vivíamos num lugar muito bonito, e isso é ótimo quando você é mais novo. É claro que, com o tempo, queríamos um pouco mais do que Landau poderia oferecer", explicou o vocalista. Algo que pode ser percebido nas letras da banda, repletas de amor, fragilidade e escapismo.

A maturidade musical e artística do grupo, que surpreende pela pouca idade, está relacionada à época em que vivemos. A internet é a grande fonte de inspiração para os meninos do Sizarr: eles cresceram surfando na rede.

"Nunca sentimos uma desvantagem por ter vindo de uma cidade pequena, era mais difícil em alguns aspectos, como ter que dirigir longos percursos para ver shows, mas tirando isso, o resto era igual. Hoje em dia, tudo acontece essencialmente na internet, ela era nossa maior fonte de informação e entretenimento", disse Altstötter.

Atualmente, eles vivem nas cidades universitárias de Mannheim e Heidelberg, não muito distantes de sua pequena cidade natal. Mesmo com o sucesso e a repercussão que a banda vem recebendo, Altstötter diz que a mudança para uma grande cidade não faria a menor diferença na carreira ou na música do Sizarr. "Mudar para um lugar maior só vai nos distrair porque não estamos acostumados a ter muitas possibilidades", completou.

Dominação mundial

Um dos motivos do sucesso da banda talvez seja uma diferente abordagem para sons superurbanos, uma idealização ou adaptação de diferentes sonoridades adquiridas via internet. A fusão de influências, que vai de bandas do pós-punk, como Joy Division, passando por David Bowie e synthpop e chegando a bandas mais contemporâneas, como The XX e Caribou, marcam o disco de estreia do Sizarr, Psycho Boy Happy.

"Fingimos que temos problemas sérios para que as pessoas se importem com a banda", disse Altstötter, em tom de brincadeira, sobre o nome do álbum, "meninos felizes e psicóticos".

Além da música envolvente, com o equilíbrio certo entre o climático e o dançante, o Sizarr também canta em inglês, o que torna a banda mais "amigável" ao mercado internacional. "Escrever em inglês foi um processo natural e combina com o estilo de música que fazemos. Nossa geração cresceu com MTV e hip hop americano, acho que ainda associamos o inglês a algo legal e descolado", explicou.

A banda já cruzou fronteiras e recebeu a atenção da imprensa internacional. “Hoje eu recebi uma cópia de uma revista chinesa com uma entrevista conosco. Não consigo ler uma palavra, mas o visual é muito incrível. Estou muito feliz que notícias sobre a banda esteja repercutindo em outros países. Agora estou falando com a imprensa brasileira, tudo é muito surreal", empolga-se o guitarrista.

O Sizarr tem tudo para acontecer em 2013. Mas os meninos de Landau estão prontos para conquistar o mundo que eles conhecem tão bem através da tela do computador? A resposta do vocalista e guitarrista Fabian Altstötter é simples e direta: "Sim, senhor!".

Autor: Marco Sanchez
Revisão: Alexandre Schossler