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História

Exposição

15 de maio de 2009

Exposição em três cidades aborda Batalha na Floresta de Teutoburgo, na qual, há 2 mil anos, os guerreiros germânicos dizimaram três legiões do romano Públio Quintílio Varo, reprimindo a expansão romana na Germânia.

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Panelas saqueadas pelos germânicos estão expostas em KalkrieseFoto: picture-alliance/dpa

A exposição Império – Conflito – Mito, a ser inaugurada neste sábado (16/05), se distribui por três localidades: Haltern, Detmold e Kalkriese, no oeste da Alemanha. Seu tema central é a Batalha na Floresta de Teutoburgo, travada há 2 mil anos e considerada um importante marco histórico da Alemanha.

Na batalha, os guerreiros do líder querusco Armínio contiveram o avanço do Império Romano ao dizimar três legiões de soldados comandados por Públio Quintílio Varo (por isso, o fato é conhecido na Alemanha como Batalha de Varo, ou Varusschlacht).

Blick auf den zentralen Bereich der antiken Varusschlacht
Área onde teria acontecido a Batalha da Floresta de Teutoburgo, na região de OsnabrückFoto: picture-alliance / dpa

A maior mostra arqueológica já exibida em solo alemão poderá ser visitada até 25 de outubro. Entre os milhares de objetos expostos nos três museus, veem-se desde pregos usados em sapatos romanos até importantes obras de arte da Antiguidade.

A história do general Públio Quintílio Varo é tematizada em duas exposições em Haltern, próximo a Recklinghausen. Mais de 300 objetos vindos de diversas partes do mundo documentam a ascensão de Roma a potência mundial. Varos pode ser visto estampado em moedas de bronze.

O general ascendeu rapidamente em sua carreira. Como confidente do imperador Augusto, ele viveu o luxo em Roma. Fragmentos de afrescos ricamente trabalhados, copos de prata decorados com ouro e esculturas em mármore testemunham esse luxo. Em meio a uma sala bem iluminada pode-se ver uma estátua de Apolo.

Tesouros germânicos

O lado obscuro da carreira do general romano é documentado com a réplica de um osso de calcanhar perfurado por um prego. Provavelmente ele pertenceu a uma pessoa que Varos mandou crucificar na Palestina.

Das Hermannsdenkmal im Teutoburger Wald
Monumento em Detmold em homenagem a Herrman, nome alemão de ArmínioFoto: picture-alliance / dpa

Os tesouros dos "bárbaros" germânicos e de seu mundo são o destaque em Kalkriese, provável palco da derrota de Varos. Parte das peças expostas nunca foram mostradas na Alemanha antes. É o caso de muitos objetos trazidos de Illerup, na Dinamarca.

Como não há registros dessa época por escrito, as permanentes guerras entre as tribos germânicas são documentadas através de pontas de flechas, espadas ou outros restos de armamentos.

Um dos principais motivos dos conflitos era a conquista de espólios. Isso fica evidenciado no tesouro alamano de Neupotz, com jóias, panelas, caldeiras e armas, que documentam os saques germânicos para além das fronteiras, no interior do Império Romano.

O museu de Detmold, que fica próximo ao Memorial Hermann, nome alemão de Armínio, enfoca de forma crítica o mito nacional da Batalha de Varo – ou Batalha da Floresta de Teutoburgo.

Varusschlacht (Bildbeschreibung: Schlachtgemälde von Otto Albert Koch, Varusschlacht, 1909
Pintura de Otto Albert Koch sobre a batalha, datada de 1909Foto: Lippisches Landesmuseum Detmold

Ao contrário das duas outras exposições, Detmold oferece muito mais do que achados arqueológicos. "Pelo fato de mostrarmos a recepção da história até hoje, estamos cobrindo vários séculos. Também incluímos música, arte ou história da literatura", explicou Katrin Winter, porta-voz do museu.

Em mil metros quadrados, o visitante pode ver 900 objetos, desde a partitura original da ópera Arminio, de Händel, até pinturas monumentais do século 19. Não faltam nem anões de jardim. Tudo isso faz parte do mito Armínio. "O herói Hermann, mais tarde transformado em Armínio, foi produto da fantasia daquele tempo", diz Winter.

Muitos dos objetos arqueológicos contradizem a imagem divulgada por Tácito de que os germânicos eram rudes. Um exemplo disso são as ferramentas para a fabricação de finas jóias. Também preciosos patrimônios romanos foram encontrados em sepulturas germânicas.

RW/dpa

Revisão: Simone Lopes