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Bayer Leverkusen: entre a decepção e o melhor ano de sua história

Marcio Weichert16 de maio de 2002

Jogadores lamentam terminar temporada de mãos vazias. Clube comemora ascensão do time, mas sabe que terá de recomeçar em julho sem Ballack e provavelmente Zé Roberto.

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O torcedor em Glasgow comprou a faixa cedo demais; ainda não foi desta vezFoto: AP

O Bayer Leverkusen entra de férias em situação paradoxal. Após a melhor temporada de sua história, o ambiente é de tristeza pelos três títulos disputados e não alcançados. Especialmente os jogadores estão cabisbaixos. Dirigentes e comissão técnica tentam ainda ressaltar os pontos positivos da longa e exaustiva jornada de 60 partidas oficiais em 10 meses, mas sabem que a próxima temporada não será como a que acaba de terminar. Mais do que uma continuação, será um recomeço.

Em 3 de julho, quando a equipe se reapresentar, faltarão dois dos motores do vice-campeão alemão, vice-campeão da Copa Alemanha e vice da Liga dos Campeões da Europa. Negociado por 6 milhões de euros, o armador Michael Ballack se mudará para o Bayern de Munique quando retornar da Copa do Mundo e das férias. E o brasileiro Zé Roberto deverá acompanhá-lo. Nem o meia esquerda, nem o clube negam que a transferência para o time bávaro é apenas uma questão de dias.

Renovação com novos talentos

– O técnico Klaus Toppmöller lamenta desde já a ida de ambos. "Ao que eu saiba, não temos como substituí-los. Vamos ter de trabalhar em cima de novos jogadores", afirma o treinador de 50 anos, que em 15 de carreira jamais conquistou um título. O diretor de futebol Reiner Calmund avisa que o clube não irá torrar os 18,5 milhões de euros faturados na Liga dos Campeões na contratação de uma estrela para a equipe. O Leverkusen seguirá sua filosofia de buscar novos talentos, tal como aliás fez com Ballack, sucessor do brasileiro Émerson, vendido ao Roma.

Meio-campo com maior índice de gols da Europa nesta temporada (17 no Campeonato Alemão, seis na Liga dos Campeões), Ballack não esconde sua decepção ao encerrar seu contrato de mãos vazias. "Foram três anos excelentes, especialmente este último. Só ficou faltando o título. Este sonho espero conquistar no Bayern. Deus não é de Leverkusen", comenta o jogador de 25 anos, que fez contra o Real Madrid sua última partida pelo "eterno vice".

Carsten Ramelow também apresenta-se nesta sexta-feira à Seleção Alemã exausto fisica e psicologicamente. "Infelimente fomos apenas segundo colocados. Isto é o que conta", raciocina o cabeça-de-área.

Pontos positivos

– O treinador Toppmöller e o diretor Calmund não vêem assim. "De fato sentimos muito, principalmente por não termos sido campeões alemães. Afinal, lideramos a classificação durante muito tempo", admite o técnico. "Jogamos toda a temporada no limite de nossa capacidade. Batemos a Juventus, o Manchester United e outros. Isto me dá orgulho de nosso desempenho", acrescenta o cinqüentão de cabelos cacheados.

Terminar o ano com um triplo título de vice-campeão não estava nos planos. "Se alguém tivesse previsto que seríamos três vezes segundo lugar, certamente se prenderia o sujeito no manicômio. Mas para mim não contam apenas títulos. Segundos e terceiros lugares também. Somos esportistas e sabemos que somente um chega lá", afirma Toppmöller.

Calmund também rejeita o rótulo de clube perdedor. "Apesar das derrotas, somos vencedores. É verdade que não levamos nenhum troféu, mas ganhamos imagem, reputação e muita simpatia", destaca o diretor. Técnico do Real Madrid, Vicente del Bosque acrescenta ainda mais um ganho: "Respeito. O Bayer realmente o merece."