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Bela e fera

Márcio Weichert11 de julho de 2003

A campeã mundial Regina Halmich fez do boxe feminino um sucesso de audiência na Alemanha. Não só por se manter invicta há mais de 30 lutas.

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Mais de 3,5 milhões de telespectadores viram a loira derrotar Nadja Loritz em janeiroFoto: AP

Quem abre o site oficial de Regina Halmich na internet tem a impressão de estar diante de uma modelo. Loira, solteira, bonita, 26 anos, 1,61m, peso mosca (até 50,8 quilos) e assistente de advocacia, a boxeadora vem conquistando a simpatia e o respeito dos alemães também fora dos ringues. A propósito, ela prefere descrever-se como alegre, conseqüente e perseverante.

Raab vs.Halmich
Regina e o apresentador Stefan Raab, antes da luta, claroFoto: AP

Sua presença em programas de televisão vem se multiplicando, como uma popstar. Já em 2001 ela tornara-se manchete nos jornais fora das seções de esporte ao aceitar o desafio do irreverente apresentador de tevê Stefan Raab para uma luta. Regina não deixou por menos: nocauteou o aventureiro, que ficou com o nariz vermelho por muitos dias.

Desnuda

– Em maio, foi capa da edição alemã da revista Playboy. Esta não foi entretanto sua primeira experiência em posar nua. Cinco anos antes, um fotógrafo da Penthouse a registrou apenas com luvas de boxe. A foto volta e meia ainda circula pela internet, apesar dos protestos de Regina.

"Só posso dizer que não se trata de uma foto de nu, mas erótica, e que eu naquela época era realmente muito ingênua, para não dizer burra. A seção de fotos da Penthouse foi uma coisa amadora. Eu havia expressamente exigido que não se visse nada de meus seios. Naturalmente o fotógrafo disse 'claro, claro', mas embora eu tenha tomado cuidado para que ele não visse nada, em algum momento ele conseguiu fazer aquela foto e a vendeu para todo mundo", relata a boxeadora em seu livro Mais perguntas?, lançado no fim de maio.

A primeira incursão de Regina no mundo literário "não traz revelações picantes" e trata de temas "sobre os quais nunca me perguntaram nas muitas entrevistas", define ela, que gostaria de trocar um dia de sua vida com a cantora Madonna, segundo uma das páginas de seus fãs na internet. Indispensáveis ao mundo seriam o compositor Wolfgang Amadeus Mozart, o pacifista Ghandi e a pioneira do feminismo alemão Alice Schwarzer.

Carreira meteórica

– Fã de Mike Tyson, a loira nascida em Karlsruhe mostrou desde cedo sua simpatia por esportes pouco comuns entre as mulheres. Já aos 11 anos, Regina Halmich entrou para o judô. Depois passou para o caratê e o kickbox, modalidade em que se sagrou campeã alemã em 1992. Nos dois anos seguintes, venceu os campeonatos europeus.

Regina Halmich, Boxkampf für Frauengalerie
A boxeadora alemã mostra o cinturão de campeã júnior da WIBF após derrotar a búlgara Svetla Taskova em 2001Foto: AP

Seu coração, porém, já estava batendo por novos desafios e, com apenas 17 anos, optou pelo pugilismo. O desinteresse público pelo boxe feminino começou a ceder quando em 1995 Regina conquistou o título mundial júnior. Hoje ela acumula uma invencibilidade de 32 lutas pela federação internacional WIBF, da qual defende neste sábado mais uma vez o status de campeã mundial de peso mosca.

Sua terceira desafiadora este ano é uma freguesa de 2001, a búlgara Svetla Taskova. Em Leverkusen, Regina fará, pela primeira vez em sua carreira, a luta principal de uma noitada de boxe. Para todos, Regina é franca favorita, mas ela própria não parece certa disto. Há um mês e meio, a alemã afirmou que "Taskova é uma forte adversária" e as chances de vitória seriam de 50%. Ao anunciar seu novo patrocinador em 1º de julho, a campeã mundial assumiu seu posto: "Sou sempre a favorita". Seis dias depois, ela, que sonha em lutar algum dia em Las Vegas, virou a casaca: "Contra uma adversária assim, só se pode perder". Quem viver, verá.