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BENTO 16

21 de abril de 2007

Bento 16, maternidade na Alemanha, dependência energética, democracia , liberdade religiosa e criminalidade foram alguns dos temas abordados pelos nossos leitores esta semana. Leia aqui!

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Bento 16 completou 80 anosFoto: AP

Este papa quer manter a Igreja à distância do mundo, ele quer manter como segredos os mistérios de fé, e não expô-los ao espírito crítico, sob cuja influência a fé acaba por se dissolver e volatilizar. Há bons motivos para taxar de fundamentalista esta posição. A Igreja de Bento 16 é uma construção imponente, cheia de salas ricamente decoradas. Porém as janelas deixam entrar o vento do mundo no máximo por uma fresta. Isso parece desconcertante para quem está fora. Mas quem está do lado de dentro não tem por que temer correntes de ar" (Braunschweiger Zeitung ). Por um lado, o conservadorismo é bom, justamente porque ele, em muitos casos, ataca frontalmente os pilares da cultura ocidental moderna, baseada na reprodução massiva do efêmero e do mundano. Há de se crer em algo positivo vindo deste novo líder político-religioso.

Mateus Perez Jorge

LIBERDADE RELIGIOSA

É provavél que a liberdade não seja valor absoluto, considerando que a cultura capitalista, que impulsiona o consumismo e a massificação do sujeito, acaba denotando uma falsa sensação de liberdade, deturpando seu valor supremo. No mundo secularizado é praticamente impossível incorporar um valor místico e religioso ao mesmo tempo, na sua pureza e no seu esplendor.

Sylvester

Acredito que a liberdade religiosa é algo muito importante na vida de cada ser humano. Geralmente, quando temos uma religião, não só trazemos as nossas crenças através de símbolos (exemplo, o veú muçulmano, o crucifixo, o sino para os budistas, etc). Quando alguém opta por uma religião e a vive, sua vida fica centralizada naquilo. Proibir um símbolo religioso é como tirar um pedaço da alma daquele que adquiriu determinada religião.

Suzana Capriles Quadros

A IMAGEM DA MÃE NA ALEMANHA

A Alemanha deveria seguir os conselhos de Ursula von der Leyen [ministra alemã da Família] e mudar "o mito da mãe" na sociedade alemã, que impede uma modernização do comportamento no país. Como o governo alemão espera que a população aumente, se a mulher é tão discriminada? As mulheres no Brasil, por exemplo, não vivem o "conflito de serem obrigadas a se voltar completamente para seus filhos, esquecendo-se delas mesmas como indivíduos. E quando resolvem cuidar de si mesmas, ficam com a consciência pesada, como se tivessem, com isso, negligenciando seus filhos". E aqui não há problemas populacionais como na Alemanha.

Humberto

DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA

Penso que a diversificação não é uma idéia alternativa de planeamento. É a única via crível para manter a força política e a estabilidade econômica européias. A "questão russa" veio lembrar que o nosso dinheiro criou certos regimes ditatoriais, os que se revelaram primeiro foram os do Médio Oriente. Com a progressiva domesticação dessa região, o único Estado fornecedor de energia, herdeiro de uma consciência imperial e de superpotência, hoje em dia completamente por terra, é a Rússia. Claro está que a nossa dependência de energia irá alimentar, com fluxos de dinheiro descontrolados, essa tendência para a chantagem e eventualmente para a agressão. A lógica de mercado num mundo dito globalizado deverá ser ela própria global ou nos arriscamo a distorcer a economia, trazendo a instabilidade que levará a arbitrariedades como esta, pondo em perigo aquilo que a União Europeia conseguiu em matéria de paz ao longo de décadas. Diversifique-se as fontes de energia, recorrendo à energia nuclear, com legislação rigorosa, investigação a fundo para progressiva eficiência e segurança, à energia eólica, solar e outras, tendo em conta a sua natural predisposição geográfica, por exemplo, energia solar no sul da Europa, eólica em função da exposição ao vento, nuclear em função do isolamento para as populações, entre outras considerações a cargo dos especialistas. A Europa tem de transbordar as suas fronteiras não através da força, ou só através do alargamento político, mas através de laços em diferentes graus, com elevado nível de interesse para si e para os parceiros eventuais. Só assim se obterá o equilíbrio entre oferta e demanda, entre produtores e fornecedores.

José Miguel Bessa Cardoso Magalhães da Silva (Portugal)

DEMOCRACIA IM-POSSÍVEL

A democracia (tal como a vemos hoje) é apenas um modo outro de exercer o poder e a "ditadura" da maioria legitimada pelas massas, só que agora exclusivamente assente num enorme corpo sem idéias a tagarelar de forma autista. A democracia na era do complexo industrial-militar americano deveria ser pensada como alternativa àquilo que ela tem sido ao longo da história, e sobretudo ultimamente: um mero expediente para punir "belicamente por via aérea" (como bem observou P. Sloterdijk) todos os "rogue states" que se portem mal. A democracia igual a uma janela escancarada na fachada duma prisão não passa duma barriga inchada de votos; a democracia deve ser uma habitação des-construída em vidro, situada algures entre a floresta e o mar. Uma democracia tem que estar mais próxima da devoção e não apenas preocupada com o Poder resultante da votação.

Carlos França (Portugal)

CONFLITO ÍNDIO X ARACRUZ

Uma eterna discusão. Este assunto nos remete a pensar nos males do capitalismo. A ambição pela grande produção, pela grande venda, pelos grandes lucros está destruindo o solo espírito-santense. Nasci e fui criado em Vitória-ES e cada vez mais tenho mais medo da herança que deixarão para os meus netos. Alguém, por favor, diga à Aracruz que eucalipto elimina quaisquer possibilidades da reutilização do solo. Tiago Bezerra, leigo no assunto, porém chateado com a falta de bom senso.

Tiago Bezerra

CRIMINALIDADE

O aumento da criminalidade no Brasil tem origem na corrupção em todos os três poderes, que geram desemprego, falências de empresas pela concorrência desleal, gerando falta de perspectiva para jovens, adultos e empresas.

Francisco Martins Vieira

SISTEMA CARCERÁRIO

O sistema carcerário no Brasil precisa principalmente do Judiciário, rápido, justo e atuante. Hoje todo cidadão fala que o ladrão tem que estar na cadeia (prisão). A própria Justiça tem de avaliar, caso a caso: temos muita gente boa presa porque errou e por causa deste erro tem que ficar encarcerado – isso não está certo. Há preso que poderia responder livre, solto, pagando a multa e as cestas básicas, no que foi condenado. Nossa Justiça é muito lenta e leva muitos coitados a um destino criminoso para o resto de suas vidas. Um juiz, seu salário é uma discrepância e cria a rivalidade com os escrivões e promotores. A Justiça emperra e é injusta, ela não é cega e, depois de 30 anos, sinto dizer a vocês: eu não acredito na Justiça de meu país.

Jose Roberto Luiz de Camargo Vieira