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Berlim condena ameaça de guerra contra Iraque

Estelina Farias4 de fevereiro de 2002

Ministério do Exterior alemão diz que não há prova de envolvimento do Iraque com o terrorismo internacional e o chefe de governo, Gerhard Schröder, não acredita numa ofensiva militar dos EUA sem consultar os aliados.

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Ludger Volmer: não há provas contra o IraqueFoto: AP

O Ministério do Exterior da Alemanha criticou a conduta dos Estados Unidos em relação ao Iraque e rechaçou as ameaças de guerra contra o país de Saddam Hussein. "Não existe prova de envolvimento do Iraque com o terrorismo de que falamos nos últimos meses", disse o secretário de Estado do Ministério em Berlim, Ludger Volmer. O político do Partido Verde também advertiu que "o argumento do terrorismo não pode ser usado para quitar dívidas antigas".

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, não parece preocupado com uma ação unilateral dos Estados Unidos na guerra contra o terrorismo. Em entrevista à revista Newsweek International", o chefe de governo disse que esperar que os aliados sejam consultados pelo governo do presidente George W. Bush.

O secretário de Estado americano, Colin Powell, tentou, no domingo, dissipar os temores de uma ação isolada dos EUA contra o Iraque. Mas o assessor de segurança da Casa Branca, Richard Perle, praticamente confirmou que o presidente Bush está decidido a fazer uma guerra contra o Iraque e, em caso de vacilação, até contra a vontade dos aliados europeus. Enquanto isso, o secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, acusou o Irã de ajudar foragidos da Al Qaeda de Osama bin Laden e do antigo regime talibã do Afeganistão.

Novo perigo

– Numa tentativa de evitar a ampliação da guerra contra o terrorismo para o Iraque, o primeiro-ministro da Turquia, Bülent Ecevit, exigiu que o presidente iraquiano, Saddam Hussein, permita o retorno imediato dos inspetores de armas da ONU ao país. "O Iraque encontra-se diante de um novo perigo muito grande", escreveu o chefe de governo turco numa carta ao ditador iraquiano.

Ofensiva diplomática

– Consciente do perigo de ser bombardeado maciçamente pelos EUA, o Iraque resolveu fazer uma ofensiva diplomática na União Européia (UE). Uma delegação de Saddam Hussein irá à Espanha, país que ocupa a presidência rotativa da UE neste semestre, com a meta de melhorar as relações de Bagdá com os países mais importantes da comunidade de 15. O momento exato da missão não foi anunciado, mas será logo. Além disso, o Iraque anunciou a reabertura de sua embaixada na Suíça.

Saddam Hussein decidiu enviar a delegação à UE depois que o presidente Bush qualificou o seu país como parte do "eixo do mal", juntamente com o Irã e a Coréia do Norte. E não há dúvida de que o Iraque entrou na mira do Pentágono na guerra contra o terrorismo, como deixou claro o vice-secretário da Defesa americano, Paul Wolfowitz, na conferência de segurança, no último fim de semana, em Munique.