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Bibliotecas discutem futuro na era digital

(pc)7 de agosto de 2003

4000 pessoas de 140 países participam, em Berlim, do 69º Congresso Mundial de Bibliotecas da IFLA, a federação do setor.

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Biblioteca de San Francisco (EUA)Foto: AP

Um "centro coletor e transmissor de conhecimento" : foi assim que a ministra alemã da Cultura, Christina Weiss, qualificou as bibliotecas, no discurso de abertura do congresso. As bibliotecas, disse ela, possibilitam o "acesso livre a uma diversidade de informações, opiniões e idéias".

Organizado pela Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), o congresso dura nove dias (1º a 9 de agosto) e inclui um amplo programa, com 880 conferências, workshops e seminários. Diversos grupos de trabalho discutem temas específicos, que vão desde bibliotecas ambulantes sobre o lombo de mulas na África, distribuição de livros para crianças em zonas rurais, até bibliotecas de tecnologia de ponta, como a de Cingapura.

Segundo dados da IFLA, dos 6,2 bilhões de habitantes do planeta, cerca de 2 bilhões freqüentam diferentes tipos de bibliotecas.

Guerra, aids e preconceitos

O congresso aborda temas de conotações políticas, como a reconstrução de bibliotecas em países e regiões assoladas pela guerra; por exemplo no Iraque, cuja biblioteca nacional foi pilhada e destruída depois da invasão das tropas anglo-americanas. As bibliotecas dos países africanos tornaram-se uma fonte imprescindível de informação, por exemplo, nas campanhas de esclarecimento sobre a aids.

A francesa Christine Deschamps, atual diretora da IFLA (o congresso elegerá uma nova diretoria), ressalta, entretanto, as dificuldades que os bibliotecários enfrentam em certos países em desenvolvimento.

Ela cita como exemplo uma pergunta que lhe fizeram: se fazia sentido permitir que as mulheres tivessem acesso à internet. Na Índia, pessoas pertencentes a diferentes castas recusam-se a utilizar a mesma biblioteca. As bibliotecas da China filtram informações da internet para os seus usuários.

Bibliotecas na Alemanha

A Alemanha tem o privilégio de possuir uma vasta e eficiente rede de bibliotecas, afirmou Georg Ruppelt, porta-voz da Federação das Associações de Bibliotecas Alemãs (BDB). Há 5250 bibliotecas públicas que empregam 26.000 pessoas e possuem um acervo de cerca de 400 milhões de unidades, entre livros, documentos, CDs, etc.

Entretanto, as medidas de economia que estão sendo tomadas pelo governo da Alemanha e de outros países desenvolvidos colocam em risco a tradição de bibliotecas públicas e científicas.

Se os arquivos não forem renovados cria-se um círculo vicioso, denunciou Ruppelt. As bibliotecas, ressaltou ele, são os centos educacionais mais freqüentados pela população, independentemente da idade e da classe social.